Mercados

Brasil Ecodiesel não interessa sem a Vanguarda, diz Planner

Perspectiva positiva para os papéis da empresa estava baseada na incorporação da produtora de soja e algodão, afirma analista

Caso fechasse o acordo de fusão com a Vanguarda, a Brasil Ecodiesel se tornaria uma das principais companhias de agronegócio do país listada no mercado de ações (David Nance/Wikimedia Commons)

Caso fechasse o acordo de fusão com a Vanguarda, a Brasil Ecodiesel se tornaria uma das principais companhias de agronegócio do país listada no mercado de ações (David Nance/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2011 às 11h20.

São Paulo – Após o conselho de administração da Brasil Ecodiesel (ECOD3) decidir vetar a proposta de incorporação da produtora de soja e algodão Vanguarda, a Planner Corretora não vê mais motivos para manter as ações em mãos e sugeriu nesta sexta-feira (13) a venda dos papéis. As ações operam em queda hoje e chegaram a recuar 3,8%, para 74 centavos de real.

Em relatório, o analista Henrique Ribas destaca que as perspectiva positiva para as ações da companhia estavam baseadas na incorporação da Vanguarda. Segundo ele, “o veto foi uma consequência da decisão do conselho de negar a criação de um comitê independente para analisar a proposta e os benefícios da incorporação”.

O analista ressalta ainda que José Carlos Aguilera, presidente da Brasil Ecodiesel, foi procurado pela corretora e disse desconhecer a decisão. Pela proposta, a companhia teria que fazer um aumento de capital de 1,2 bilhão de reais para adquirir a Vanguarda.

O acordo de fusão tinha sido apresentado em abril deste ano e criaria uma produtora agrícola e de biodiesel que seria controlada pelo bilionário espanhol Enrique Bañuelos. A Veremonte Participações, pertencente ao executivo, detém indiretamente o controle na Brasil Ecodiesel e 50% da Vanguarda, que cultiva 230 mil hectares de soja, milho e algodão no Brasil.

Bañuelos deve reagir agora contra a decisão do conselho de administração. Em recente entrevista ao Valor, o presidente da Veremonte no Brasil, Marcelo Paracchini, disse que poderia convocar uma assembleia geral extraordinária para que os acionistas minoritários da empresa pudessem opinar sobre a operação.

A principal barreira para a aprovação do conselho é o empresário Silvio Tini, que estaria preocupado com a queda da sua participação na empresa como resultado da aquisição. "A estratégia [de Bañuelos] é agregar sócios e diluir minha participação. Quando eu abrir os olhos, eu estarei colhendo algodão para eles", disse Tini. Na transação, sua participação se reduziria à metade.

Ontem (12), as ações da Brasil Ecodiesel terminaram a sessão com queda de 1,28%, cotadas a 0,77 real, chegando a liderar a perda do Ibovespa ao longo do dia com queda superior a 5%. 

Acompanhe tudo sobre:AçõesAgropecuáriaEmpresasFusões e AquisiçõesVanguardaVanguarda Agro

Mais de Mercados

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Ibovespa fecha em queda, apesar de rali pós-Fed no exterior; Nasdaq sobe mais de 2%

Reação ao Fomc e Copom, decisão de juros na Inglaterra e arrecadação federal: o que move o mercado