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Brasil é estratégico para fundo do Canadá que comprou fatia da Smart Fit

Além da rede de academias, CPPIB tem participação nas empresas Aliansce, Cesp, Equatorial, entre outras, que somam 5 bilhões de dólares no país

Tania Chocolat, diretora e responsável do CPPIB pelos investimentos diretos em ações na América Latina: fundo investe em imóveis, energia, infraestrutura e mercado de capitais (Divulgação/Divulgação)

Tania Chocolat, diretora e responsável do CPPIB pelos investimentos diretos em ações na América Latina: fundo investe em imóveis, energia, infraestrutura e mercado de capitais (Divulgação/Divulgação)

NF

Natália Flach

Publicado em 28 de novembro de 2019 às 11h27.

Última atualização em 28 de novembro de 2019 às 11h36.

São Paulo - Com 409,5 bilhões de dólares em ativos, o fundo de pensão canadense CPPIB está de olho nas empresas da América Latina. Na terça-feira (26), anunciou a compra de 12,4% da rede de academias Smart Fit por 1,06 bilhão de reais, o que levou a companhia do grupo Bio Ritmo a alcançar um valor de mercado de 9 bilhões de reais.

Com mais de 2,5 milhões de clientes espalhados em dez países da América Latina, a Smart Fit apareceu na quinta posição do ranking internacional IHRSA em número de frequentadores e em terceiro lugar em número de unidades em funcionamento, com 509 lojas em 2018, ano base do levantamento.

Foi em 2018, aliás, que, pela primeira vez em nove anos desde sua fundação, a rede de academias chegou ao azul, com lucro líquido de 357 milhões de reais. O resultado veio com a consolidação da marca através de aquisições de controles societários de diversos negócios. Neste ano, apesar de conseguir manter um crescimento de 80% no faturamento, o lucro de 140 milhões de reais nos primeiros nove meses de 2018 não se repetiu. O que houve foi um prejuízo de 7 milhões de reais entre janeiro e setembro.

"A Smart Fit é líder em um mercado de rápido crescimento e de baixa penetração na América Latina. Seu modelo de preço baixo oferece alto valor para os clientes", afirma Tania Chocolat, diretora e responsável do CPPIB pelos investimentos diretos em ações na América Latina.

"O aumento da exposição na América Latina é uma parte importante da nossa estratégia." Atualmente, a região responde por uma fatia ainda pequena do fundo, com apenas 12,3 bilhões de dólares. O Brasil, por sua vez, é responsável por quase a metade do total da América Latina, com 5 bilhões de dólares. "O Brasil continua sendo atraente para investir."

 

Veja a seguir trechos da entrevista com a executiva:

Por que decidiram investir na Smart Fit?

A Smart Fit é líder em um mercado de rápido crescimento e de baixa penetração na América Latina. Seu modelo de preço baixo oferece alto valor para os clientes. Além disso, possui um desempenho financeiro robusto, um sólido plano de crescimento e oportunidades de criação de valor, tanto pela maturação das academias existentes quanto pela abertura de novas. Sem falar que a trajetória de crescimento é baseada em um forte histórico de execução com uma posição de liderança no mercado. A companhia desenvolveu um modelo de negócios bem-sucedido replicável em toda a região, apoiado por um processo estratégico de seleção de pontos e proposta de valor atraente para seus clientes.

Terá assento no conselho da Smart Fit?

Sim.

Em que outros ativos da América Latina o fundo investe?

No geral, temos investimentos na América Latina em todos os segmentos, incluindo imóveis (por exemplo, Aliansce Shopping Centers), energia (por exemplo, Cesp), diversos investimentos em infraestrutura (por exemplo, rodovias na América Latina) e em mercado de capitais (por exemplo, Equatorial).

Temos C$16,4 bilhões (ou 12,3 bilhões de dólares) investidos na América Latina (data base de 30 de setembro de 2019), representando 4% do portfólio total do fundo. O CPPIB é um investidor experiente no mercado de ações com ativos de qualidade em todo o mundo. Já no Brasil temos C$6,7 bilhões (ou 5,04 bilhões de dólares) investidos, ou 1,7% do fundo.

O fundo costuma adquirir fatia minoritária das empresas investidas?

Para investimentos em ações, nós normalmente adquirimos participações minoritárias e/ou buscamos alianças com parceiros estratégicos e financeiros em transações de controle. O aumento da exposição na América Latina é uma parte importante da nossa estratégia. Este investimento na Smart Fit oferece maior exposição geral na região e, especificamente, no Brasil, que é o maior mercado de fitness da América Latina.

Há espaço para saídas (desinvestimentos) no momento?

É muito cedo para especular sobre isso.

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