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Bradesco surpreende mercado no 2º tri e aumenta aposta: “vamos ficar acima do esperado”

Banco estima que irá ficar acima do guidance em lucro líquido implícito; ação fica entre as maiores altas da bolsa

Bradesco: o banco está no caminho certo para entregar um ROE pelo menos alinhado ao seu custo de capital nos próximos trimestres, diz Goldman (Eduardo Frazão/Exame)

Bradesco: o banco está no caminho certo para entregar um ROE pelo menos alinhado ao seu custo de capital nos próximos trimestres, diz Goldman (Eduardo Frazão/Exame)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 5 de agosto de 2024 às 11h11.

Última atualização em 5 de agosto de 2024 às 11h15.

O Bradesco (BBDC4) surpreendeu positivamente o mercado nesta segunda-feira, 5. O lucro líquido recorrente do banco ficou em R$ 4,7 bilhões – 7% acima das expectativas dos analistas compiladas pela Bloomberg. A rentabilidade também melhorou: o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) melhorou de 10,5% para 11,7% na comparação anual, em seu maior nível desde o terceiro trimestre de 2022.

Os indicadores ainda não estão nos almejados níveis de 2019, antes da pandemia, quando o lucro ficava na casa dos R$ 6 bilhões e o ROE rondava o patamar dos concorrentes na casa dos 20%. No entanto, o banco reforçou que o resultado é mais um passo do banco no sentido da recuperação. “Crescemos a rentabilidade com solidez e segurança. Estamos crescendo a carteira de crédito em linha com o mercado: temos modelos melhores e estamos olhando o nível de crescimento com lupa dia a dia”, afirmou Marcelo Noronha, CEO do Bradesco. 

A carteira de crédito expandida do banco chegou aos R$ 912,1 bilhões, crescimento de 5% em 12 meses e alta de 2,5% frente ao último trimestre. O destaque ficou com a carteira de micro, pequenas e médias empresas, que apresentou a maior recuperação: alta de 10,2% contra retração de 2,1% no mesmo período do ano anterior e queda de 1,2% no trimestre passado.

O crescimento da carteira, por sua vez, atingiu a margem com clientes, que alcançou R$ 15,3 bilhões, alta de 5% no trimestre. Ainda assim, o indicador representa uma queda de 8,4% na comparação anual. Já a margem financeira ficou abaixo do esperado, em R$ 15,6 bilhões, alta de 2,8% no trimestre e queda de 5,9% no ano.

O mercado gostou do crescimento da margem com clientes, especialmente quando combinado à queda das provisões para devedores duvidosos (PDD). A PDD expandida foi de R$ 7,3 bilhões, queda de 6,7% na comparação trimestral e 29,3% na anual. A margem líquida, que retira o impacto da PDD da margem, foi de R$ 4,4 bilhões no segundo trimestre – avanço de 25,7% na frente trimestral e 18,7% na anual.

Para onde vai o Bradesco?

Em seus próximos trimestres, o Bradesco promete continuar crescendo acima das projeções. “Tenho convicção que vamos entregar um lucro líquido implícito acima do guidance. Ele será um piso para nós”, afirmou Noronha. 

O CEO defendeu que o bom desempenho da margem líquida é o que sinaliza o bom desempenho do banco no resto do ano. O Bradesco forneceu um novo guidance incluindo a margem líquida, que ficaria entre R$ 28,1 bilhões e R$ 34,8 bilhões. “É isso que bate na nossa última linha do balanço”, afirmou Noronha. 

O Bradesco não fornece guidance para a rentabilidade, mas Noronha reforçou que a meta é “crescer rápido”. A retomada dos indicadores será fundamental para a recuperação das ações do Bradesco, que acumulam baixa de 20% no acumulado do ano. Nesta segunda-feira, no entanto, os papéis operam em alta de 4% próximo às 11h – uma das únicas altas do dia.

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