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Ações do Bradesco (BBDC4) desabam 8% após resultado do 4º trim. Entenda

Projeções para 2022 decepcionam analistas, que, ainda assim, mantêm recomendação de compra para os papéis

Lucro projetado para o banco em 2022 deve ficar abaixo do esperado pelo mercado | Foto: Eduardo Frazão/EXAME (Eduardo Frazão/Exame)

Lucro projetado para o banco em 2022 deve ficar abaixo do esperado pelo mercado | Foto: Eduardo Frazão/EXAME (Eduardo Frazão/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 9 de fevereiro de 2022 às 12h40.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2022 às 20h10.

As ações do Bradesco (BBDC3/BBDC4) desabaram mais de 8% nesta quarta-feira, 9, com investidores reagindo à divulgação do balanço do quarto trimestre de 2021. O lucro veio abaixo das previsões do mercado e as perspectivas para este ano também geraram frustrações.  

No fechamento:

  • Bradesco (BBDC3): - 8,80%;
  • Bradesco (BBDC4): - 8,58%.

O segundo maior banco privado do país registrou lucro recorrente de R$ 6,613 bilhões entre outubro e dezembro do último ano, o que representa uma queda de 2,8% ante o mesmo período de 2020. O valor ficou abaixo da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, que esperavam R$ 6,916 bilhões de lucro. Sem ajustes, o lucro caiu 42% na comparação ano a ano, para R$ 3,17 bilhões, refletindo uma série de baixas contábeis.

Já as projeções para 2022 envolvem um aumento da carteira de crédito de 10% a 14%. O banco estima ainda que suas despesas com provisões para perdas com inadimplência fiquem na faixa de R$ 15 bilhões a R$ 19 bilhões em 2022.

Segundo cálculos do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), as projeções indicam um lucro de R$ 28 bilhões para o Bradesco neste ano, um resultado 4% abaixo do esperado pelo BTG.

“Após o dia do investidor no ano passado, as expectativas para o guidance [conjunto de projeções] de 2022 foram excessivamente otimistas e acabaram decepcionando, especialmente na margem financeira líquida (NII) de clientes”, afirmam os analistas em relatório.

O lucro projetado também deve ficar 8% abaixo do que esperavam os analistas do Goldman Sachs, que projetavam R$ 30,3 bilhões em resultado. Ainda assim, a recomendação é de compra para as ações do Bradesco considerando, principalmente, o preço atrativo dos papéis.

“A ação está sendo negociada a 7,3x o múltiplo P/L [que calcula a relação entre o preço da ação e o lucro gerado pelo negócio] enquanto nossas metas de preço implicam que ele deve ser negociado a 8,4x. Além disso, o Bradesco está negociando com 26% de desconto sobre sua média histórica de 9,9x”, dizem os analistas em relatório.

O preço-alvo do Goldman Sachs para as ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) é de R$ 26, o que representa um potencial de valorização (upside) de 14% em relação ao preço de fechamento da véspera.

O BTG também recomenda compra dos papéis, com preço-alvo de R$ 29 — um upside de 27%. Os analistas, no entanto, destacam sua preferência pelos papéis do Itaú (ITUB4) que, segundo o relatório, deve apresentar o melhor balanço do setor bancário. 

O Itaú divulga seus resultados amanhã, após o fechamento do mercado. Nesta quinta, os papéis operam em queda de mais de 2%, pressionados pelo Bradesco.

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