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BP descobre maior reservatório de petróleo e gás no Brasil em 25 anos

Bloco Bumerangue, no pré-sal da Bacia de Santos, pode se tornar novo polo de produção da petroleira britânica

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 4 de agosto de 2025 às 06h01.

Última atualização em 4 de agosto de 2025 às 07h13.

A BP anunciou nesta segunda-feira, 4, que fez a sua maior descoberta de petróleo e gás no Brasil em 25 anos. A jazida, segundo a empresa, foi encontrada no bloco Bumerangue, na Bacia de Santos, área estratégica do pré-sal.

A companhia identificou uma coluna de hidrocarbonetos com cerca de 500 metros de espessura (1.640 pés), mas não divulgou detalhes adicionais sobre volume recuperável ou cronograma de desenvolvimento.

"Estamos empolgados em anunciar esta descoberta significativa (...) a maior realizada pela BP em 25 anos", afirmou Gordon Birrell, vice-presidente executivo da BP, em comunicado. "Os resultados da análise no local da perfuração indicam níveis elevados de dióxido de carbono", acrescentou a empresa, que iniciará uma análise em laboratório para estudar a descoberta.

Novas diretrizes

A iniciativa segue a nova diretriz da BP, definida em fevereiro, quando o CEO Murray Auchincloss anunciou uma guinada estratégica. Após anos de investimentos com baixo retorno em projetos de baixo carbono, a empresa decidiu retomar o foco em petróleo e gás, alinhando-se a concorrentes do setor.

O objetivo de produção para 2030 permanece inalterado entre 2,3 milhões e 2,5 milhões de barris de óleo equivalente por dia. A BP afirma que tem “capacidade para expandir a produção até 2035”.

Segundo comunicado, a petroleira pretende avaliar se há viabilidade para estabelecer um polo de produção “material e vantajoso” no Brasil, ampliando sua atuação no país.

Às vésperas do balanço

Na terça-feira, 5, o grupo divulgará seus resultados do segundo trimestre e anunciou, às vésperas do balanço, a nomeação do irlandês Albert Manifold como novo presidente do conselho de administração. Ex-CEO da gigante de materiais de construção CRH, Manifold chega com a missão de fortalecer a governança e responder às crescentes pressões do mercado.

A petroleira britânica está no centro das atenções após rumores de uma possível fusão com a rival Shell, cenário que reacendeu as expectativas de uma nova rodada de consolidações no setor de energia. A movimentação ocorre em um momento de transição estratégica para a BP, que tenta equilibrar seus compromissos com a descarbonização e a retomada do foco em petróleo e gás.

Ao mesmo tempo, a companhia passou a lidar com a atuação direta do fundo ativista americano Elliott Investment Management, que confirmou recentemente sua entrada no capital da BP. Conhecido por exigir mudanças estruturais nos grupos onde investe, o Elliott aumenta a pressão por resultados mais consistentes e por ajustes na alocação de capital.

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