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Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2011 às 10h10.
Por Olívia Bulla
São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia próxima da estabilidade, com os mercados globais à espera de novas medidas para conter os problemas financeiros na zona do euro, após os leilões de bônus europeus realizados entre ontem e hoje. O comportamento da Bolsa vai depender do fluxo de capital estrangeiro e do desempenho de Petrobras e Vale, às vésperas do vencimento de opções sobre ações no Brasil. Às 10h52 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) avançava 0,35%, para 71.902 pontos.
"A Bolsa está com uma cara meio indefinida hoje", avalia o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi. Para ele, pode haver uma ligeira realização de lucros, mas o movimento não deve ser tão forte, diante do ávido apetite dos investidores externos por ações nacionais. "Teoricamente, temos que andar mais do que lá fora, porque a crise é lá, não aqui", acrescentou. Segundo analistas gráficos, o Ibovespa deve segurar firme o suporte ao redor dos 71,2 mil pontos.
Por enquanto, as notícias são aparentemente boas na Europa. Espanha e Itália conseguiram vender toda a quantia colocada em leilões de bônus soberanos, com uma demanda forte, embora a um custo maior. "A discussão sobre a ampliação do fundo de resgate financeiro europeu é mais importante. Ainda que polêmica, a dúvida é se vai haver dinheiro suficiente para todos os países que pedirem ajuda", comenta Galdi, que destaca para o dia a entrevista coletiva que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, concede às 11h30 (horário de Brasília).
No Brasil, analistas avaliam que, assim como ontem, o comportamento de Petrobras e Vale deve ajudar a definir uma direção para a Bolsa durante o dia. Operadores lembram que os papéis já sentem a influência do vencimento de opções sobre ações na próxima segunda-feira. Por isso, as ações dessas companhias podem atingir novos patamares. Ontem, as ações PNA da mineradora atingiram a maior cotação desde maio de 2008 e fecharam a R$ 52,42, enquanto as ações PN da estatal petrolífera ultrapassaram os R$ 27,67 - o que não ocorria desde 13 de setembro de 2010.
A opção é um contrato que confere ao portador o direito de compra ou venda de um ativo a um preço predeterminado. O vencimento de opções é a data de validade desses contratos. A partir do dia seguinte, o detentor da opção não pode mais exercê-la. Por isso, no dia de vencimento das opções e nos dias imediatamente anteriores, o movimento da Bolsa pode sofrer distorções, com os investidores atuando de forma tal que os preços das ações se aproximem daqueles valores que mais os favorecem quando a opção for exercida.