Especialistas apontam tendência de queda livre da Bovespa rumo aos 61 mil pontos (Marcel Salim/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2011 às 10h58.
São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em leve queda, pressionada pelos mercados no exterior, que registram perdas consistentes. No entanto, algumas ações brasileiras com preços bastante descontados ajudam a melhorar o humor dos investidores. Às 10h30 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) já subia 0,32%, para 63.818 pontos.
Analistas gráficos ainda são reticentes em apontar uma entrada da Bolsa em uma tendência de baixa, mas são unânimes em afirmar que a perda do suporte inicial do Ibovespa, nos 63,5 mil pontos, abre caminho para uma queda livre rumo aos 61 mil pontos. Este nível marcaria um "divisor de águas" que, se for perdido, deixa a porteira aberta para a casa dos 50 mil pontos. Neste início do dia, porém, a Bovespa já ultrapassou os 63,5 mil pontos.
"O cenário atual não traz muita razão para a Bolsa subir", comentou o analista da Socopa Corretora, Marcelo Varejão, antes da abertura do pregão. Segundo ele, o Ibovespa segue com uma tendência de estabilidade, mas com viés negativo. Ele acrescentou, no entanto, que algumas ações já estão em níveis atrativos para compras, o que estimula a caça por pechinchas no curto prazo. "Mas a aversão ao risco, principalmente aqui no Brasil, está um pouco exagerada e uma realização mais forte em Nova York pode azedar de vez o sentimento dos mercados", alertou.
O mercado brasileiro também deve acompanhar a participação do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, nesta manhã, em audiência pública conjunta no plenário da Comissão Mista do Orçamento. Nos EUA, o aumento nos pedidos semanais de auxílio-desemprego, em 43 mil, contrariando a previsão de queda de 19 mil solicitações, obscureceu ainda mais o horizonte para o relatório oficial do mercado de trabalho norte-americano (payroll), que sai amanhã. Ainda, a produtividade da mão de obra subiu 1,6% no trimestre passado, acima da previsão de alta de 1%.
Do outro lado do Atlântico, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, comentava nesta manhã a decisão de manter a taxa de juros na zona do euro em 1,25% ao ano. A autoridade monetária ressaltou que vê riscos de alta dos preços e destacou que o avanço das commodities puxam a inflação.