Bovespa: a sessão foi marcada ainda por vencimento de opções sobre ações durante a primeira parte do pregão, em dia de feriado nos EUA (Paulo Fridman/Bloomberg News/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 20 de fevereiro de 2017 às 19h12.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2017 às 22h18.
São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em alta de mais de 1 por cento nesta segunda-feira, no maior patamar em quase seis anos, após acordo de acionistas da Vale para pulverizar o controle da empresa levar a uma forte alta nas ações da mineradora e à disparada nos papéis da Bradespar.
A sessão foi marcada ainda por vencimento de opções sobre ações durante a primeira parte do pregão, em dia de feriado nos Estados Unidos.
O Ibovespa subiu 1,16 por cento, a 68,532 pontos, maior patamar de fechamento desde 8 de abril de 2011 (68.718 pontos). O giro financeiro somou 11,34 bilhões de reais, incluindo o montante do exercício de opções que somou 5,21 bilhões de reais.
"O acordo (da Vale) mexe com o sentimento de mercado como um todo. Ele abre espaço para que outras empresas façam a mesma coisa e avancem em governança corporativa", disse o analista da Clear Corretora, Raphael Figueredo, referindo-se à possibilidade de listagem da Vale no segmento do Novo Mercado da BM&FBovespa, o nível com mais exigência de governança corporativa.
O bom humor no mercado acionário brasileiro ganhou impulso ainda da alta nos preços das commodities metálicas na China e nos preços do petróleo no mercado internacional.
Para os próximos dias, os investidores aguardam eventos de grande relevância, incluindo a decisão do Banco Central sobre a taxa de juros brasileira, uma vez que juros mais baixos tendem a aumentar a atratividade da renda variável.
No exterior, além da ata da mais recente reunião do Federal Reserve, o mercado aguarda alguma sinalização por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o pacote fiscal, cuja expectativa levou Wall Street a renovar máximas históricas na semana passada.
- VALE PNA subiu 6,17 por cento, a 34,24 reais, e VALE ON avançou 6,93 por cento, a 36,43 reais, ambas no maior patamar desde 4 de janeiro de 2013. A mineradora divulgou acordo de acionistas que prevê a extinção da holding Valepar e a transformação em uma companhia sem controle definido, em movimento que visa aumentar a transparência e a governança da empresa. Analistas do Credit Suisse e do BTG Pactual avaliaram a notícia como positiva para a mineradora e para a BRADESPAR, cujas ações avançaram 16,62 por cento, maior alta histórica para os papéis e liderando os ganhos do Ibovespa.
- CSN ON subiu 1,52 por cento, enquanto GERDAU PN teve alta de 0,98 por cento, em sessão de ganhos para as commodities metálicas na China. USIMINAS PNA fechou estável.
- LOJAS AMERICANAS PN avançou 2,63 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa, após a empresa anunciar a aprovação de oferta pública de distribuição primária de ações, cujos recursos devem ser utilizados para expansão da rede de lojas da companhia, capitalização da controlada B2W e reforço de capital.
- PETROBRAS PN avançou 1,99 por cento e PETROBRAS ON subiu 2,15 por cento, em linha com os ganhos do petróleo no mercado internacional, que recebia impulso do acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para cortar a produção e equilibrar o mercado.
- HYPERMARCAS ON teve variação positiva de 0,11 por cento. A empresa teve prejuízo líquido de 212,5 milhões de reais no quarto trimestre, resultado afetado por uma baixa contábil relativa à venda do negócio de fraldas, enquanto o lucro operacional do período teve um salto de 147,5 por cento, para 196,7 milhões de reais, refletindo melhor resultado financeiro devido à queda da dívida líquida.
- BM&FBOVESPA recuou 1,02 por cento. No radar estava a divulgação pela empresa de um lucro líquido no quarto trimestre de 927,9 milhões de reais, impulsionado por uma movimentação contábil e também beneficiado pelo aumento das receitas, que refletiu a melhora do mercado acionário brasileiro no período.
- MAGAZINE LUIZA ON, que não faz parte do Ibovespa, subiu 7,61 por cento, após a empresa reportar lucro líquido ajustado de 47,7 milhões de reais no quarto trimestre, revertendo prejuízo de 43,2 milhões de reais no mesmo período do ano anterior.