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Bovespa recua após ata do Copom e dados dos EUA

Documento do Banco Central prevê que o preço da gasolina em 2011 subirá 2,2%, expectativa maior do que a anterior, de estabilidade

Ibovespa recuou 0,86%, para 65.695 pontos (Germano Luders/EXAME.com)

Ibovespa recuou 0,86%, para 65.695 pontos (Germano Luders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2011 às 10h52.

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, após a divulgação da alta nos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos na última semana, contrariando as previsões de queda. Além disso, os investidores no Brasil reagem à divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Às 10h24 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) recuava 0,86%, para 65.695 pontos.

"Estamos vivendo um ciclo de aperto monetário que será longo, o que continua pressionando a Bolsa e retira a atratividade da renda variável brasileira", avalia o analista da Apregoa Corretora, Jason Vieira. Ele acrescenta que a condução da política monetária no Brasil vai na direção contrária do processo observado nos EUA, onde a combinação de dinheiro farto e juro baixo estimula a busca por risco em Wall Street, sem mudança brusca no curto prazo. "Não é que não está entrando dinheiro estrangeiro nos ativos financeiros brasileiros. Só que esses recursos estão sendo alocados na renda fixa", completa.

Divulgada hoje pelo BC, a ata da reunião da semana passada do Copom ressaltou que o ajuste total da taxa básica de juros deve ser "suficientemente prolongado" - uma avaliação unânime entre os integrantes do comitê, que levam em conta as incertezas quanto ao grau de persistência das pressões inflacionárias recentes e a complexidade que envolve o ambiente internacional.

O documento do BC observa ainda que o preço da gasolina em 2011 deve subir 2,2%, o que representa um aumento ante a previsão anterior, de estabilidade. Porém, a autoridade monetária manteve as projeções de reajuste das tarifas de telefonia fixa e de eletricidade no acumulado deste ano, em 2,9% e 2,8%, respectivamente.

No exterior, a economia norte-americana se desacelerou dentro do previsto no primeiro trimestre deste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 1,8% nos três primeiros meses de 2011 ante o último trimestre do ano passado, em linha com as estimativas. O crescimento foi menor que a expansão de 3,1% apurada entre outubro e dezembro de 2010. Porém, a perda de tração da atividade no país já era esperada. Ontem, durante coletiva de imprensa, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Ben Bernanke, salientou que "o ritmo de crescimento vai aumentar com o tempo, e a economia norte-americana voltará a ser uma das melhores, mais fortes e dinâmicas do mundo".

Mas o dado que intensificou as queda verificada desde cedo nos índices futuros de Nova York foi o de pedidos de auxílio-desemprego. Na semana até 23 de abril, as solicitações feitas pelos trabalhadores norte-americanas cresceram 25 mil, ante previsão de queda de 8 mil.

No Brasil, os agentes também se debruçam sobre os balanços financeiros divulgados entre a noite de ontem e esta manhã. Entre os destaques, a Redecard registrou uma queda de 20,2% no lucro líquido do primeiro trimestre deste ano, para R$ 281,3 milhões, na comparação com o mesmo período do ano passado. Também em base anual, o lucro líquido da Usiminas despencou 96% nos três primeiros meses de 2011, para R$ 16 milhões, enquanto o banco Santander teve aumento de 17,5% nos ganhos do trimestre passado, para R$ 2,071 bilhões, no padrão contábil internacional (IFRS).

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