Bovespa: reforma da Previdência e PIB movimentavam a sessão de hoje da bolsa (CalielCosta/Flickr/CreativeCommons/Flickr)
Reuters
Publicado em 7 de março de 2017 às 12h26.
São Paulo - O principal índice da Bovespa mostrava fraqueza nesta terça-feira após um início de sessão volátil, com as ações da CCR liderando a ponta negativa após a divulgação do balanço.
Às 11:53, o Ibovespa caía 0,45 por cento, a 66.044 pontos. O giro financeiro era de 1,8 bilhão de reais.
No cenário político, o mercado seguia atento aos movimentos do governo do presidente Michel Temer na tentativa de avançar a proposta de reforma da Previdência, enquanto permanece a espera por desdobramentos das delações no âmbito da operação Lava Jato.
Para conseguir o apoio necessário à reforma e enfrentar a resistência aos pontos polêmicos mesmo dentro da base de apoio, o governo já admite que tem espaço para negociar, desde que a conta final feche como espera a equipe econômica, segundo fontes da Reuters.
Ainda no front local, a economia brasileira encolheu 3,6 por cento no ano passado, marcando a recessão mais longa do país. Nos últimos três meses do ano, a retração foi de 0,9 por cento ante o terceiro trimestre. Pesquisa Reuters sinalizava queda de 3,5 por cento no ano e de 0,6 por cento no trimestre.
"Estes números, um pouco mais fracos do que o esperado, podem manter as apostas em torno de cortes maiores de Selic à frente", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos, acrescentando que na próxima reunião de política monetária o corte pode acelerar a 1 ponto percentual.
- CCR caía 3,67 por cento, liderando as perdas do Ibovespa, após reportar queda de 30,8 por cento no lucro líquido do quarto trimestre ante igual período do ano anterior, em meio a recuo no tráfego.
Além dos números do balanço, operadores citam a expectativa pela decisão do governo federal de fazer novo leilão de concessão da rodovia Presidente Dutra, administrada pela CCR. Segundo o jornal Valor Econômico, o governo deve decidir nesta terça-feira que realizará o leilão, enquanto uma fonte informou à Reuters na véspera que poderiam ser abertos estudos para analisar o que fazer com os contratos de rodovias que estão perto de vencer.
- Itaú Unibanco PN perdia 1,35 por cento, enquanto Bradesco PN recuava 0,54 por cento, influenciando negativamente o Ibovespa devido ao peso das ações em sua composição.
- Vale PNA subia 0,82 por cento e Vale ON avançava 0,51 por cento, com investidores atentos às oscilações recentes dos preços do minério de ferro na China.
- Gerdau PN ganhava 1,53 por cento, Usiminas PNA avançava 0,59 por cento, em sessão favorável para o setor de siderurgia e mineração. No radar estava a perspectiva de mudanças de regras para o setor, com a expectativa de que projetos de lei para reformar a indústria mineradora do Brasil sejam encaminhados ao Congresso no final de março ou início de abril, podendo ser aprovados até 110 dias mais tarde, conforme disse o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, em recente entrevista à Reuters.
- Petrobras PN subia 0,46 por cento e Petrobras ON tinha ganho de 0,19 por cento, em linha com os preços do petróleo no mercado externo. [O/R]
- Cemig avançava 1,8 por cento, entre os destaques positivos do Ibovespa. Entre as notícias relevantes, a elétrica mineira obteve liminar para manter sua subsidiária Cemig GT como titular da hidrelétrica São Simão sob as bases iniciais do contrato de concessão original da usina, que venceu em 2015.