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Bovespa perde força e recua por cautela com eleição e exterior

Às 12h09, o Ibovespa caía 0,58%, a 78.695,04 pontos

Ibovespa: nos primeiros negócios, o índice subiu 0,39% e na mínima até o momento recuou 1,26% (Leonardo Benassatto/Reuters)

Ibovespa: nos primeiros negócios, o índice subiu 0,39% e na mínima até o momento recuou 1,26% (Leonardo Benassatto/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 15h05.

São Paulo - O principal índice de ações da B3 recuava nesta quinta-feira, revertendo os ganhos da abertura e caminhando para o quarto pregão seguido de queda, com o quadro eleitoral ainda bastante nebuloso no país e incertezas externas endossando realização de lucros após alta de quase 9 por cento em julho.

A cautela com a disputa presidencial e o cenário exterior ofuscavam resultados corporativos fortes, como o do Banco do Brasil, que divulgou alta robusta do lucro, fazendo a ação saltar quase 4 por cento no melhor momento.

Às 12:09, o Ibovespa caía 0,58 por cento, a 78.695,04 pontos. Nos primeiros negócios, o índice subiu 0,39 por cento e na mínima até o momento recuou 1,26 por cento. O volume financeiro do pregão somava 3,84 bilhões de reais.

De acordo com nota a clientes da consultoria de investimentos Lopes Filho, o cenário eleitoral está ganhando espaço na avaliação de riscos dos investidores.

Nesta quinta-feira, o foco está voltado para o primeiro debate na TV entre os presidenciáveis na rede de televisão Band, previsto para começar às 22h. Para a sexta-feira, é esperada pesquisa sobre intenções de votos encomendada pela XP Investimento.

As últimas pesquisas eleitorais ainda mostram um cenário bastante incerto, com elevado percentual de indecisos. A campanha eleitoral começa de fato apenas no próximo dia 16 e os programas eleitorais na televisão e rádio apenas no final do mês, o que pode fazer diferença nas intenções de votos.

"Contudo, por ora, a fotografia da situação ainda não é animadora para um mercado local que sonha com um candidato mais ao centro, liberal e reformista. Isso explica os recentes movimentos dos ativos locais", afirmou um gestor de uma administradora de recursos do Rio de Janeiro.

Do cenário internacional, profissionais da área de renda variável afirmaram que a decisão dos EUA de impor novas sanções contra a Rússia acentuava os receios já presentes derivados da disputa tarifária entre os norte-americanos e chineses, trazendo pressão para mercados emergentes, caso do Brasil.

De acordo com o operador Alexandre Soares, da BGC Liquidez DTVM, a liquidez nos negócios está bastante fraca o que tambémcolabora para o aumento da volatilidade durante o pregão.

Destaques

- BANCO DO BRASIL subia 1,9 por cento, ajudando a atenuar a pressão negativa no Ibovespa, após divulgar mais cedo alta robusta do lucro no segundo trimestre, apoiado em menores despesas com provisões para calotes, maiores receitas com tarifas e na expansão das receitas com crédito para pessoas físicas. Para a equipe do BTG Pactual, foi um resultado bastante forte e de boa qualidade, com melhora sequencial na margem financeira e queda relevante de provisões.

- ENGIE BRASIL ENERGIA tinha alta de 4,62 por cento, tendo no radar lucro de 589,2 milhões de reais no segundo trimestre, avanço de 20 por cento na comparação anual, conforme a companhia assumiu a operação de hidrelétricas compradas no ano passado e com uma alta de 7,9 por cento nas vendas de energia. Além de resultado forte, a Coinvalores acrescentou que a companhia divulgou boa distribuição de proventos.

- BR MALLS cedia 3 por cento, tendo de pano de fundo a alta nas taxas futuras de juros e anúncio de renúncia do presidente do conselho de administração da gestora de shopping centers Claudio Bruni, que ocorreu, segundo a empresa, por motivos pessoais. O Itaú BBA disse que o anúncio não deve trazer grandes mudanças para a estratégia da empresa, mas considerou a notícia potencialmente negativa, já que Bruni era bem visto pelo mercado e esse movimento não era esperado.

- ITAÚ UNIBANCO PN caía 0,11 por cento e BRADESCO PN cedia 0,69 por cento, ainda entre as maiores pressões de baixa, embora se afastando das mínimas mais cedo, conforme seguem vulneráveis a expectativas sobre o cenário eleitoral.

- PETROBRAS PN tinha leve recuo de 0,05 por cento, também contaminada pela cautela com a corrida presidencial, apesar da alta dos preços do petróleo no exterior. A companhia informou nesta quinta-feira que recebeu uma devolução de 1,034 bilhão de reais por meio de acordos de colaboração e leniência celebrados no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

- VALE tinha elevação de 0,1 por cento, ajudando a atenuar a queda do Ibovespa em razão do peso relevante que detém na composição do índice.

 

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