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Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2010 às 18h02.
(Texto acrescido de mais informações e fechamento oficial)
Por Rodolfo Barbosa
SÃO PAULO, 19 de outubro (Reuters) - A bolsa de valores
paulista encerrou a terça-feira em forte baixa, num movimento
de realização estimulado pelas acentuadas perdas nos Estados
Unidos. O principal índice de ações do mercado brasileiro
perdeu o nível dos 70 mil pontos.
O Ibovespa fechou com desvalorização de 2,61 por
cento, aos 69.863 pontos. Na mínima do dia, o índice ficou em
69.628 pontos. O giro financeiro foi de 7,61 bilhões de reais.
Se na véspera a alta em Wall Street ajudou a conter as
perdas no mercado doméstico, nesta sessão o clima negativo do
exterior contagiou a bolsa paulista e estimulou mais realização
de lucros.
"O quadro lá fora hoje já amanheceu ruim, principalmente
nos Estados Unidos por conta de resultados de empresas. As
commodities não estão ajudando e ainda tivemos novas medidas e
intervenções", afirmou o economista-chefe da SulAmerica
Investimentos, Newton Rosa.
Em Wall Street, os principais índices
apontavam perdas agudas desde o início da sessão. O mercado
norte-americano acordou desanimado pelos balanços da Apple e
IBM, divulgados na noite de segunda-feira, que vieram aquém do
estimado por investidores.
Ainda, o aumento inesperado do juro básico na China e o
desempenho ruim de ações de bancos norte-americanos
pressionaram mais as bolsas de valores nos EUA.
No Ibovespa, as mesmas blue chips que ajudaram a amenizar
as perdas na segunda-feira, contribuíram para a baixa desta
sessão. As preferenciais da Vale recuaram 2,08 por
cento, para 48,08 reais, enquanto que as ordinárias
perderam 2,39 por cento, para 53,20 reais.
As ações preferenciais da Petrobras tiveram
queda de 4,24 por cento, para 25,28 reais, enquanto que as
ordinárias encerraram em baixa de 3,66 por cento, a 27,65
reais. O preço do barril do petróleo em Nova York caiu
mais de 4 por cento.
A ação da BM&FBovespa ficou pelo segundo dia
seguido entre as maiores quedas da carteira teórica do
Ibovespa, com desvalorização de 3,17 por cento, cotada a 14,05
reais.
Depois de encerrados os negócios na segunda-feira, quando o
papel da BM&FBovespa tinha caído mais de 4 por cento, o governo
anunciou aumento do IOF para recolhimento de margem em
derivativos de 0,38 para 6 por cento, em medida para conter a
valorização do real.
"A principal diferença entre a BM&FBovespa e seus pares
globais é que ela é a única grande bolsa de valores que
enfrenta riscos regulatórios. Medidas como o aumento no IOF e
exigências de margens, anunciadas por Mantega, podem resultar
em menos volumes de derivativos, e possivelmente em ações",
afirmou o HSBC em relatório, no qual reduziu sua recomendação
para a ação da BM&FBovespa de "overweight" para "neutro".
(Edição de Cesar Bianconi)