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Bovespa fecha sessão no vermelho e engata 4º mês de queda

Índice perdeu 1,08 por cento na sessão, a 47.094 pontos, encerrando a semana com baixa de 0,6 por cento


	Telão da Bovespa: no mês, o índice recuou 1,14 por cento
 (Alexandre Battibugli/EXAME)

Telão da Bovespa: no mês, o índice recuou 1,14 por cento (Alexandre Battibugli/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2014 às 18h09.

São Paulo - A Bovespa fechou em queda nesta sexta-feira, encerrando fevereiro com sua quarta baixa consecutiva, depois de operar sem tendência firme ao longo do mês, mas especialistas preveem que uma possível melhora nos dados dos Estados Unidos pode definir o rumo do mercado em março.

O Ibovespa perdeu 1,08 por cento na sessão, a 47.094 pontos, encerrando a semana com baixa de 0,6 por cento. No mês, o índice recuou 1,14 por cento. O giro financeiro do pregão totalizou 7,6 bilhões de reais.

Depois de perder 7,5 por cento em janeiro, em reação ao início da redução do programa de estímulos dos Estados Unidos e baixas expectativas de crescimento da economia doméstica, o Ibovespa ficou sem tendência definida em fevereiro.

O índice chegou a flertar com o nível de suporte técnico dos 46.100 pontos no mês, mas conseguiu resistir com investidores ponderando que os preços já estavam bastante baixos e até atrativos para alguns papéis. Contudo, não houve catalisadores que voltassem a impulsionar a bolsa como um todo para cima.

"Março deve ser muito semelhante a fevereiro, no sentido de que já não há uma pressão tão forte de desconto (venda), pois o mercado já veio descontado, mas não há uma visão de efetiva melhora de contas públicas e recuo de inflação (no Brasil)", disse o diretor técnico da Apogeo Investimentos, Paulo Bittencourt.

Nesta sexta, o governou divulgou uma queda no superávit primário de janeiro, jogando água fria no otimismo alimentado pela divulgação da nova meta fiscal para 2014 na semana passada e derrubando o Ibovespa.

Também nesta semana, a economia brasileira surpreendeu no quarto trimestre com crescimento acima do previsto, mas o resultado ainda não foi suficiente para uma mudança significativa das expectativas de um 2014 mais fraco.


Enquanto permanece cético com relação ao cenário doméstico, o mercado deve manter o radar voltado para novos indicadores dos Estados Unidos, uma vez que o inverno rigoroso atrapalhou a leitura dos dados divulgados em fevereiro. Muitos economistas acreditam que os indicadores provavelmente vieram mais fracos do que ocorreria em condições normais.

Segundo o gestor Rafael Barros, da Humaitá Investimentos, dados econômicos melhores dos EUA em março podem fazer com que o dólar volte a se valorizar com força ante o real, atrapalhando também o desempenho bolsa brasileira.

"Quanto mais forte a economia lá, mais próximo o aumento de juros nos EUA e talvez haja mais saída de recursos do mercado brasileiro. E se o câmbio voltar a se desvalorizar, vai ter pressão extra em cima do Banco Central (brasileiro), que diminuiu o ritmo de aumento da Selic porque a economia está desacelerando", disse.

No front corporativo, investidores permanecerão atentos à temporada de balanços, que se estende até o fim de março. Para Barros, um dos setores que pode se destacar é o de educação.

"O setor e seus lucros continuam crescendo, a cada dia há novos projetos e o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) ajuda, com mais entrada de receitas para as companhias", disse.

O desempenho das ações da Petrobras permaneceu ruim em fevereiro e há pouca perspectiva de melhora. Com a divulgação do resultado no quarto trimestre da estatal esta semana, suas ações preferenciais atingiram o menor patamar desde 2005, fechando o mês em baixa de 7,55 por cento.

"Há muito pouco no balanço e no plano estratégico da Petrobras que dê um senso de urgência aos mercados para comprar as ações, apesar dos níveis dos preços cada vez mais difíceis de ignorar", avaliaram os analistas do Credit Suisse em relatório divulgado esta semana.

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