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Bovespa fecha em queda pressionada por Bradesco e Petrobras

A Bovespa fechou em baixa de 1,43%, pressionada pelo recuo das ações do Bradesco e pela queda dos papéis da Petrobras


	Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa: o Ibovespa caiu 1,43%, a 50.138 pontos
 (Nacho Doce/Reuters)

Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa: o Ibovespa caiu 1,43%, a 50.138 pontos (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2015 às 18h44.

São Paulo - A Bovespa fechou em baixa nesta segunda-feira, pressionada pelo recuo das ações do Bradesco, após o banco brasileiro adquirir a operação do HSBC no Brasil, e queda dos papéis da Petrobras, acompanhando o declínio do petróleo.

O Ibovespa caiu 1,43 por cento, a 50.138 pontos.

O giro financeiro totalizou 5,16 bilhões de reais. As perdas nos pregões em Wall Street endossaram o viés negativo no primeiro pregão de agosto na bolsa paulista, com o índice S&P 500 cedendo 0,28 por cento, também afetado pela fraqueza do petróleo e preocupações com a China.

Os preços do petróleo caíram à mínima em seis meses, com o Brent indo abaixo de 50 dólares o barril, após dados fracos das economias norte-americana e chinesa, além de apostas de consumo fraco de gasolina nos Estados Unidos.

O quadro ainda desafiador para o mercado acionário brasileiro também corroborou ajuste negativo, após o Ibovespa acumular alta de pouco mais de 3 por cento na semana passada. Estratégias de ações compiladas pela Reuters para o mês de agosto mostraram que a cautela persiste, diante da ausência de sinais de melhora nas perspectivas macroeconômicas locais e com a deterioração do ambiente político doméstico.

Do lado externo, a economia chinesa e a política monetária dos Estados Unidos despontam como principais riscos. O Credit Suisse cortou projeção para o Ibovespa no fim de 2015 para 55 mil pontos, ante 58 mil pontos, dizendo que o índice está no mesmo nível do começo do ano, mas menos atrativo que no fim de 2014, devido à queda nas projeções de lucros e maior custo de capital.

Dados de negociação da bolsa corroboram a visão desfavorável, com o mês passado encerrando com o menor giro financeiro médio em quatro anos, enquanto o fluxo externo deve ter o primeiro resultado negativo mensal do ano.

Também nesta segunda-feira a BM&FBovespa divulgou a primeira prévia da carteira do Ibovespa que irá vigorar de 8 setembro a 30 dezembro de 2015, que mostra o portfólio encolhendo pela sexta vez seguida.

DESTAQUES

=BRADESCO fechou com queda de 3,12 por cento nas preferenciais, após acordo para comprar a unidade brasileira do HSBCpelo equivalente a 17,6 bilhões de reais, acima do especulado inicialmente pelo mercado. "Embora existam potenciais sinergias a serem efetuadas, nós achamos que há muita ênfase em tamanho, em vez de rentabilidade", disse o Bank of America Merrill Lynch, em nota a clientes, na qual considerou elevado o preço pago na operação.

=ITAÚ UNIBANCO encerrou o dia com declínio de 0,47 por cento e SANTANDER BRASIL subiu 1,81 por cento. Os dois bancos também participaram da disputa pela unidade do HSBC. No caso de Santander Brasil, as units figuram entre os papéis excluídos na prévia para o novo Ibovespa. BANCO DO BRASIL avançou 0,86 por cento.

=PETROBRAS terminou com as preferenciais em queda de 4,57 por cento e as ordinárias em baixa de 5,18 por cento, conforme os preços do petróleo bateram as mínimas em seis meses, com o Brent desabando mais de 5 por cento. A venda de ativos e o aguardado IPO da BR Distribuidora ainda são apontados por agentes financeiros como catalisadores para os papéis da estatal, mas sem novidades sobre o assunto, os mesmos dizem que o preço do petróleo tem dominando a direção e intensidade das oscilações das ações.

=BRASKEM desabou quase 8 por cento, após forte alta na última sexta-feira, conforme o papel segue volátil e sensível a desdobramentos da operação Lava Jato. A empresa e seu acionista controlador, a Odebrecht, foram envolvidos nas investigações sobre o esquema bilionário de corrupção na Petrobras. Nesta segunda-feira, a Polícia Federal prendeu o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu em nova fase das investigações.

=VALE terminou com as preferenciais em baixa de 1,84 por cento, mesmo após alta dos preços do minério de ferro à vista na China, com números sobre a indústria chinesa prevalecendo, uma vez que sinalizam que a desaceleração da segunda maior economia do mundo tende a persistir no terceiro trimestre. Ainda no radar esteve a notícia de que o Cade aprovou venda de todas as ações do BNDESPar na Vale Soluções em Energia (VSE) para a Vale.

=KROTON EDUCACIONAL e ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES voltaram a sofrer na Bovespa, encerrando em baixa de 4,38 e 6,83 por cento, respectivamente, com profissionais do mercado citando vendas por estrangeiros. De notícia, apenas que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) reabriu de 10 de agosto a 31 de outubro o período para renovação semestral dos contratos de financiamento concedidos pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do primeiro semestre.

=CIA HERING e LOJAS RENNER também foram destaque na ponta de baixa do Ibovespa, caindo 5,41 e 4,33 por cento, respectivamente, com o setor de consumo como um todo no vermelho, após a mais recente pesquisa Focus do Banco Central mostrar que economistas de instituições financeiras pioraram novamente suas projeções para a atividade econômica neste ano, prevendo retração de 1,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

=ELETROBRAS preferencial subiu 3,63 por cento. Na sexta-feira, a estatal informou que o plano de investimentos de 2015 a 2019 é estimado em 50,3 bilhões de reais, queda de 17,3 por cento frente ao período 2014-2018. O noticiário ligado à estatal também incluiu que a linha de transmissão que escoará a energia produzida pela hidrelétrica de Teles Pires, que teve concessão arrematada por consórcio do qual fazem parte subsidiárias da Eletrobras, deve estar pronta no final de setembro.

Texto atualizado às 18h44

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