Bovespa: o Ibovespa caiu 1,04%, a 47.508 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2015 às 18h08.
São Paulo - A bolsa paulista fechou em queda nesta sexta-feira pelo quarto pregão seguido e com Ibovespa na mínima em cerca de seis meses, diante da falta de apetite por risco, em meio a um cenário político ainda nebuloso e quadro externo sem viés definido.
Uma bateria de resultados corporativos também afetou ações na Bovespa no último pregão da semana, com Gol destacando-se na ponta negativa, enquanto Lojas Americanas figurou entre as maiores altas do índice de referência do mercado acionário brasileiro.
O Ibovespa caiu 1,04 por cento, a 47.508 pontos, menor patamar desde 30 de janeiro. O giro financeiro totalizou 5,5 bilhões de reais, bem abaixo da média diária no ano, de 6,7 bilhões de reais, e no mês de agosto, de 7,06 bilhões de reais.
Na semana, o índice recuou 2,2 por cento.
Desdobramentos em Brasília nessa semana, como a diminuição da tensão entre Legislativo, especialmente o Senado, e o Executivo, abriram espaço para expectativas de abrandamento no conturbado cenário político, mas sem dissipar a cautela antes dos eventos dos próximos dias.
Protestos contra o governo federal estão marcados para o domingo, e a pauta do Congresso prevê a votação do fim da desoneração da folha de pagamento e a avaliação de parecer que prevê maior tributação em bancos na próxima semana, por exemplo.
"Além disso, os estrangeiros continuam vendendo agressivamente alguns papéis e não há suporte do investidor local pra defender essas ações", disse o gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management.
Dados de fluxo da BM&FBovespa mostram que o saldo externo na bolsa está negativo em 135,8 milhões de reais em agosto até o dia 12.
No exterior, Wall Street fechou no azul, após sessão sem rumo definido, com agentes financeiros repercutindo números da economia norte-americana, enquanto seguem especulando sobre quando será a primeira alta do juro nos Estados Unidos.
DESTAQUES
=JBS caiu 3,95 por cento, respondendo pelo maior peso negativo no Ibovespa, após os resultado da empresa de alimentos no segundo trimestre mostrar queda de 68,5 por cento no lucro na comparação anual, a 80,1 milhões de reais, afetado pela piora do resultado financeiro.
=PETROBRAS encerrou em queda de 2,2 por cento. A estatal divulgou que terá impacto negativo de 2 bilhões de reais no resultado do terceiro trimestre, líquido de impostos, após decidir incluir débitos tributários no Programa de Parcelamento Especial (Refis).
=GOL despencou 7,39 por cento, após a companhia aérea reportar prejuízo de 354,9 milhões de reais no segundo trimestre, em razão da queda de preços de passagens e do volume de passageiros corporativos, além de leve aumento das despesas.
=CPFL ENERGIA recuou 4,28 por cento, após divulgar queda de quase 40 por cento no lucro no segundo trimestre. Também esteve no radar proposta da Aneel de redução de 18 por cento na tarifa da bandeira vermelha nas contas de luz. O índice que reúne empresas do setor elétrico na bolsa caiu 0,62 por cento. =QUALICORP reverteu os ganhos da abertura e fechou em queda de 2,5 por cento, mesmo após a companhia de planos de saúde divulgar lucro de 70,8 milhões de reais no segundo trimestre, um salto sobre os 24,4 milhões de reais obtidos no mesmo período do ano passado.
=BM&FBOVESPA devolveu os ganhos da primeira etapa e fechou em queda de 0,47 por cento, apesar da avaliação benigna dos números do segundo trimestre, quando a empresa 27 por cento no lucro líquido 27 por cento superior ao registrado um ano antes. Além de resultado considerado forte, analistas também haviam destacado positivamente a aprovação de pagamento de juros sobre capital próprio no valor de 254,4 milhões de reais. =LOJAS AMERICANAS foi destaque na positiva, com avanço de 4,4 por cento, apesar da queda de quase 60 por cento no lucro no segundo trimestre sobre igual período de 2014, afetado por um resultado financeiro negativo. O Credit Suisse disse em nota a clientes que a varejista continua executando bem do lado operacional, com sólido crescimento das vendas nas mesmas lojas, expansão consistente e elevação de margem bruta.
=SABESP subiu 1,8 por cento, após a companhia de água e saneamento do Estado de São Paulo divulgar aumento de 11,5 por cento no lucro líquido do segundo trimestre na comparação anual, em um desempenho apoiado por salto em receitas de construção e queda de custos e despesas.