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Bovespa fecha em máxima histórica com alívio em cena política

Índice reagiu à visão mais otimista em relação à política brasileira e ao cenário externo também mais favorável a ativos de risco

B3: o Ibovespa subiu 1,7%, a 74.319 pontos, máxima histórica (Paulo Whitaker/Reuters)

B3: o Ibovespa subiu 1,7%, a 74.319 pontos, máxima histórica (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de setembro de 2017 às 17h40.

Última atualização em 11 de setembro de 2017 às 18h09.

São Paulo - O principal índice acionário da bolsa paulista B3 subiu para o maior patamar de sua história nesta segunda-feira e fechou pela primeira vez em 74 mil pontos, diante de uma visão mais otimista em relação à política brasileira e com o cenário externo também mais favorável a ativos de risco.

O Ibovespa fechou em alta de 1,7 por cento, a 74.319 pontos, maior patamar histórico de fechamento. A máxima de fechamento anterior havia sido alcançada em 20 de maio de 2008, quando o índice fechou aos 73.516 pontos. O índice também estabeleceu nova máxima recorde intradia neste pregão, ao alcançar 74.635 pontos no melhor momento da sessão.

O giro financeiro somou 9,55 bilhões de reais, acima da média diária registrada este ano até sexta-feira, de 8,12 bilhões de reais e também superior à média diária para setembro, de 9,2 bilhões de reais.

No front local, o pedido de prisão de delatores da J&F, controladora da JBS, trouxe mais fôlego ao mercado, com a visão de enfraquecimento de uma nova eventual denúncia contra o presidente Michel Temer e de mais força para o governo avançar a agenda de reformas.

"A gente está num ciclo de otimismo, sem notícia negativa no curto prazo... Esta semana a gente pode ter a política sendo resolvida e aí abre espaço para o Temer buscar a reforma da Previdência no mês que vem", disse o analista de investimento da corretora Magliano, Pedro Galdi.

O exterior também ajudou a sustentar o otimismo do mercado local, diante da redução de preocupações com as tensões geopolíticas após a Coreia do Norte não conduzir novos testes nucleares e com alívio após o enfraquecimento da tempestade Irma. Em Wall Street, o S&P 500 avançou 1,1 por cento.

Para o economista-chefe da corretora Modalmais, Alvaro Bandeira, o cenário principal para o mercado acionário brasileiro segue de alta, com a possibilidade de o Ibovespa fechar o ano no patamar dos 77 mil pontos.

"Dependendo de como o governo encaminhar as reformas por aqui... se vai sair alguma coisa minimamente positiva, pode ser até um pouco acima disso", disse o economista.

Destaques

- PETROBRAS PN avançou 1,9 por cento e PETROBRAS ON ganhou 2,17 por cento, tendo no radar os desinvestimentos da empresa após a petroleira iniciar processo para venda de ativos de fertilizantes e também ganhando respaldo do cenário político local mais favorável.

- VALE ON teve alta de 1,77 por cento, acompanhando a recuperação dos contratos futuros de minério de ferro na China nas negociações noturnas no mercado asiático, após quedas vistas mais cedo.

- ELETROBRAS ON subiu 7,06 por cento e ELETROBRAS PNB teve valorização de 5,97 por cento, liderando as altas do Ibovespa, com as perspectivas de avanço nos planos de privatização da empresa e expectativa de melhora na governança.

- BRADESCO PN avançou 3,85 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,69 por cento, em sessão positiva para os bancos. BANCO DO BRASIL ON teve alta de 3,58 por cento e SANTANDER UNIT ganhando 1,68 por cento.

- JBS ON fechou em queda de 0,73 por cento, pior desempenho do índice, após cair 3,17 por cento na mínima e subir 2,2 por cento na máxima da sessão, tendo no radar a venda da Moy Park para a Pilgrim's Pride, que tem a própria JBS como acionista majoritária, por 1 bilhão de dólares. Segundo analistas do BTG Pactual, a primeira leitura para o acordo era levemente negativa, diante da preferência do mercado pela redução da alavancagem da JBS através de uma venda a uma empresa independente. Também como pano de fundo estava o pedido de prisão de executivos da controladora J&F

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