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Bovespa fecha em alta e atinge maior patamar em cinco meses

O Ibovespa subiu quase 2% e atingiu o maior patamar em 5 meses, impulsionado pelo balanço auditado da Petrobras


	Bovespa: o Ibovespa subiu 1,95%, a 55.684 pontos
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Bovespa: o Ibovespa subiu 1,95%, a 55.684 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2015 às 18h23.

São Paulo - A Bovespa fechou com o seu principal índice no maior patamar em cinco meses nesta quinta-feira, em sessão marcada pela repercussão do resultado financeiro auditado de 2014 da Petrobras, divulgado na noite da véspera com meses de atraso.

O Ibovespa subiu 1,95 por cento, a 55.684 pontos, máxima desde 21 de novembro de 2014. O volume financeiro somou 9,4 bilhões de reais.

A Petrobras teve prejuízo de 21,6 bilhões de reais em 2014. Analistas destacaram negativamente dados sobre endividamento e perspectivas para o fluxo de caixa do balanço, bem como o anúncio de não pagamento de dividendos, embora tenham avaliado que a divulgação do resultado trazia "alívio".

Em teleconferência com analistas, a estatal disse que irá priorizar redução do endividamento no novo plano de investimento da empresa, a ser divulgado nos próximos 30 dias.

O diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro, disse à Reuters que a Petrobras está estudando opções de desinvestimento da sua subsidiária BR Distribuidora. As ações da estatal abriram em forte queda, mas o movimento perdeu força, com as ordinárias revertendo e fechando em alta de 5,63 por cento, a 14,06 reais, maior valor desde 4 de novembro de 2014. As preferenciais terminaram em baixa de apenas 1,52 por cento. No pior momento do dia, as preferenciais caíram mais de 9 por cento e as ordinárias, mais de 6 por cento.

A diferença no comportamento entre as duas classes de ações foi atribuída a ordens de "stop loss" em operações em que investidores estavam comprados nas preferenciais e vendidos nas ordinárias, na expectativa de que os detentores de preferenciais recebessem o pagamento do dividendo mínimo, mesmo em caso de prejuízo da estatal.

"Apesar dos grandes desafios, a divulgação do balanço tirou um grande peso das costas da Petrobras e do próprio país, o que ajuda nos ativos de modo geral", disse o gestor Joaquim Kokudai, sócio na sócio na JPP Capital Gestão de Recursos.

A mineradora Vale foi pelo segundo dia consecutivo um dos suportes do Ibovespa, após novo avanço dos preços do minério de ferro na China, com as preferenciais encerrando com ganho de 6,56 por cento e as ordinárias subindo 8,43 por cento, o que colocou as respectivas cotações na máxima em cerca de dois meses.

O setor de siderurgia foi outro destaque positivo, com Usiminas avançando 6,76 por cento, após resultado no primeiro trimestre acima das expectativas. CSN, que tem fatia na concorrente, saltou 7,31 por cento.

O papel da empresa de educação Kroton subiu 6,19 por cento, em meio a comentários do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, de que todas as matrículas do programa de financiamento estudantil Fies serão renovadas, segundo informações da Agência Brasil.

Papéis de bancos, com peso expressivo no Ibovespa, endossaram o avanço, com Itaú Unibanco subindo 2,71 por cento e Bradesco ganhando 2,19 por cento.

Marcopolo também chamou a atenção ao disparar na parte da tarde, fechando em alta de 11,32 por cento. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus sobre a produção de ônibus mostraram aumento da sua participação de mercado, enquanto a corretora Brasil Plura destacou em relatório a empresa como em melhor situação para competir no setor.

A Rumo ALL destoou e terminou em queda de 9,70 por cento, depois de anunciar que seu plano de investimentos contempla 2,8 bilhões de reais até o final de 2016.

Fora do Ibovespa, Anima Educação subiu 7,12 por cento, um dia após a empresa informar que decidiu desfazer o contrato para unir suas operações com as da norte-americana Whitney University System no Brasil.

*Texto atualizado às 18h22
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