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Bovespa fecha em alta de 1% com menor pressão do setor de carnes

O mercado acionário brasileiro abriu com fraqueza e chegou a cair 0,83% na mínima do dia, ainda sob pressão dos efeitos da operação Carne Fraca

Bovespa: na sexta-feira, a aversão com a operação da PF contaminou o mercado, levando o índice a fechar em baixa de mais de 2% (Paulo Fridman/Bloomberg)

Bovespa: na sexta-feira, a aversão com a operação da PF contaminou o mercado, levando o índice a fechar em baixa de mais de 2% (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 20 de março de 2017 às 18h25.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta segunda-feira, recuperando parte das perdas do pregão anterior, conforme a pressão do setor de carnes diminuiu e abriu espaço para investidores buscarem oportunidades de compra no mercado.

O Ibovespa subiu 1,05 por cento, a 64.884 pontos. O giro financeiro foi de 12,23 bilhões de reais, já incluindo o vencimento de opções sobre ações, que movimentou 3,1 bilhões de reais na primeira parte do pregão.

O mercado acionário brasileiro abriu com fraqueza e chegou a cair 0,83 por cento na mínima do dia, ainda sob pressão dos efeitos da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, para desarticular uma organização criminosa envolvendo fiscais agropecuários federais e cerca de 40 empresas.

Na sexta-feira, a aversão com a operação da PF contaminou o mercado, levando o índice a fechar em baixa de mais de 2 por cento.

"A queda foi muito brusca... Então o mercado foi buscar pechinchas", disse o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo, acrescentando que ainda é cedo para dizer que os impactos negativos foram deixados para trás.

A divulgação da operação da PF levou alguns importantes países compradores de carne brasileira a suspender ou elevar as exigências para a importação do produto.

O setor de carnes na bolsa paulista perdeu em conjunto um total de 6,64 bilhões de reais em valor de mercado em apenas dois pregões, considerando o valor de fechamento das quatro ações do setor, JBS, BRF, Marfrig e Minerva.

Destaques

- JBS ON subiu 0,75 por cento, após ter caído 10 por cento no pior momento do pregão e subido 2,5 por cento na máxima do dia. A JBS, que havia perdido 3,5 bilhões de reais em valor de mercado na sexta-feira, conseguiu recuperar cerca de 270 milhões neste pregão, após fechar no azul neste pregão. Segundo operadores, após o susto inicial o mercado começou a avaliar que os impactos para a empresa podem ser menores do que o previsto inicialmente. Já BRF ON fechou em baixa de 2,16 por cento, mas longe da mínima da sessão, quando caiu 11,8 por cento.

- MARFRIG ON caiu 4,29 por cento, entre as maiores quedas do Ibovespa, e MINERVA ON, que não faz parte do índice, recuou 7,43 por cento. As duas companhias não foram citadas na operação da Polícia Federal, mas as ações foram impactadas pelo efeito de restrições às importações de carne brasileira. Na mínima do dia, as ações das empresas caíram 5,9 e 13 por cento, respectivamente.

- BRADESCO PN avançou 1,78 por cento, enquanto ITAÚ UNIBANCO ganhou 1,1 por cento, ajudando o tom positivo do Ibovespa devido ao peso das ações na composição do índice. Também no radar estava a elevação do preço-alvo para as ações destes bancos feita pelo Credit Suisse.

- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES subiu 2,76 por cento, após cair mais de 4 por cento na sexta-feira, quando refletiu o afastamento do presidente da empresa dos assuntos relacionados à fusão com a KROTON ON, em meio a uma denúncia de suposta intervenção para frear a união entre as duas empresas. As ações da Kroton tiveram alta de 1,87 por cento, após queda de 3,67 por cento no pregão anterior.

- PETROBRAS PN subiu 3,34 por cento e PETROBRAS ON ganhou 2,38 por cento, na contramão dos preços do petróleo no mercado internacional. Segundo operadores, os papéis mostraram recuperação após as fortes quedas de sexta-feira, enquanto monitoravam os desdobramentos dos planos de desinvestimento da petrolífera. Nesta sessão, o presidente da estatal disse que a empresa pretende retomar seus planos de vendas de ativos o mais rápido possível após o Tribunal de Contas da União liberar os processos, com algumas recomendações.

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