B3: a alta perdeu força ao longo do dia, com investidores adotando alguma cautela antes do feriado (Facebook/B3/Reprodução)
Reuters
Publicado em 20 de abril de 2017 às 18h22.
São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta quinta-feira, com as ações da Vale exercendo a principal influência positiva e com algum alívio com a cena política após a aprovação do regime de urgência para proposta de reforma trabalhista.
O Ibovespa subiu 0,56 por cento, a 63.760 pontos. Na semana mais curta pelo feriado de Tiradentes na sexta-feira, o índice acumulou alta de 1,49 por cento.
No melhor momento do pregão, o Ibovespa subiu mais de 1 por cento. O volume financeiro do pregão somou 6,65 bilhões de reais.
Após falhar na primeira tentativa, o governo conseguiu na noite passada dar o caráter de urgência à proposta de reforma trabalhista, permitindo que a medida seja votada na Comissão Especial na terça-feira, sem esperar o fim do prazo de apresentação de emendas, e no plenário da Câmara já na quarta-feira.
No exterior, Wall Street teve uma sessão positiva, com o Nasdaq fechando em máxima recorde, diante de uma rodada de sólidos balanços, reforçando o tom positivo no mercado acionário brasileiro.
A alta na bolsa local, no entanto, perdeu força ao longo do dia, com investidores adotando alguma cautela antes do feriado no Brasil, mas que terá as bolsas internacionais operando normalmente.
- VALE PNA avançou 5,87 por cento e VALE ON teve ganhos de 5,17 por cento, após a empresa informar produção de minério de ferro recorde para o primeiro trimestre, com alta de 11,2 por cento ante o mesmo período de 2016, a 86,2 milhões de toneladas. A sessão também foi marcada por alta nos contratos futuros do minério de ferro na China.
- USIMINAS PNA teve alta de 2,02 por cento, depois que a siderúrgica mineira divulgou dados fechados do primeiro trimestre, confirmando o lucro líquido de 108 milhões de reais, o primeiro resultado positivo após dez trimestres de prejuízo.
- MARFRIG ON avançou 6 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, após ter avançado 9,5 por cento no melhor momento do dia. No radar estava a informação de que a empresa retomou nesta semana operações na unidade de Tangará da Serra (MT), que tinha um de três turnos em férias coletivas de 10 dias diante da fraqueza do mercado, e a melhora de recomendação para os papéis da empresa na véspera pelo Bradesco BBI, que elevou para "outperform", com preço-alvo de 8 reais.
- PETROBRAS PN subiu 2,06 por cento e PETROBRAS ON teve alta de 1,57 por cento, recuperando-se da forte queda da véspera, apesar de os preços do petróleo no mercado internacional não terem conseguido manter a trajetória positiva.[O/R]
- ESTÁCIO PARTICPAÇÕES ON avançou 2,39 por cento, em meio aos desdobramentos das investigações sobre o vazamento de uma troca de mensagens entre o presidente da empresa e uma advogada acerca da fusão com a KROTON, que subiu 1,57 por cento. A Estácio prestou queixa policial após investigação interna apontar fortes indícios de que o vazamento tenha sido realizado por acesso físico ao computador antigo do CEO.
- BRADESCO PN perdeu 1,74 por cento e ITAÚ UNIBANCO recuou 1,46 por cento. Segundo operadores, o setor refletiu os receios com relação a uma possível delação do ex-ministro Antonio Palocci no âmbito da Lava Jato, após ele ter indicado estar disposto a dar informações ao juiz Sergio Moro. A preocupação vem na esteira de reportagem recente da Folha de S.Paulo informando que o ex-ministro poderia tratar de casos de corrupção envolvendo empresas do sistema financeiro.
- SABESP ON caiu 5,58 por cento, no pior desempenho do Ibovespa. Segundo analistas, o papel foi prejudicado pela revisão tarifária preliminar da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), que gerou receios de que o reajuste para a Sabesp possa ser menor. As ações da COPASA, que não fazem parte do Ibovespa, recuaram 20,92 por cento por cento.