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Bovespa tem em 2011 segunda pior performance em uma década

Com um rali nos últimos minutos, o Ibovespa virou para cima, fechando o dia valorizado em 0,39%

A sessão movimentou apenas R$ 5,2 bilhões (Germano Lüders/EXAME)

A sessão movimentou apenas R$ 5,2 bilhões (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2011 às 17h42.

São Paulo - Volatilidade e poucos negócios marcaram a derradeira sessão da Bovespa em 2011, concluindo de forma melancólica a segunda pior performance anual em uma década.

Com um rali nos últimos minutos, o Ibovespa virou para cima, fechando o dia valorizado em 0,39 por cento, aos 56.754 pontos. A sessão movimentou apenas 5,2 bilhões de reais.

Os mercados internacionais mostraram tímida recuperação, após a Itália vender cerca de 7 bilhões de euros em bônus, com queda nos yields de papéis mais curtos.

Na quarta-feira, o Ibovespa tinha desabado 2,54 por cento, em meio a persistentes temores em relação à crise de dívida soberana na zona do euro, uma das principais responsáveis pelo tombo de 18,1 por cento do índice no acumulado do ano.

Foi o terceiro pior desempenho do índice desde 1994. O mais fraco aconteceu em 2008, com queda 41,2 por cento, em meio aos desdobramentos da quebra do banco Lehman Brothers, nos Estados Unidos, ápice da crise internacional naquele momento.

E para profissionais do mercado, há poucas chances de uma recuperação mais significativa do mercado acionário, pelo menos enquanto o medo de quebradeira generalizada na zona do euro não for dissipado.

"A liquidez ainda está empoçada; só deve melhorar depois do primeiro trimestre (de 2012)", disse o responsável pelo banco de investimentos Bradesco BBI, Sérgio Clemente.

Segundo Walter Mendes, sócio da Cultinvest, entre os fatores que podem contribuir para a recuperação no próximo ano está o fato de a bolsa brasileira estar bastante "descontada" em relação aos mercados internacionais.

Como de forma geral as empresas do país seguiram crescendo nos últimos anos, marcadas por instabilidade internacional, os múltiplos da bolsa brasileira estão bem menores do que os de outros mercados, mesmo emergentes. Em termos nominais, o Ibovespa está no mesmo patamar alcançado em meados de 2007. Na máxima histórica, o índice superou 73 mil pontos, no começo do ano seguinte.


"Nós estamos no meio de um ciclo de corte de juros, a economia americana está lentamente se recuperando e tenho a expectativa de que não haja ruptura na Europa nem desaceleração muito forte na Ásia", afirmou Mendes, referindo-se à taxa Selic brasileira, que fechou este ano a 11 por cento, depois de alcançar 12,50 por cento em julho.

Ibovespa

Nas pontas do índice, o papel ordinário da Usiminas foi o destaque de alta, com um salto de 10 por cento, a 17,15 reais. Na ponta contrária, JBS tombou 4,4 por cento, a 6,08 reais.

A primeira sessão de 2012 marcará a inclusão do papel da empresa de aluguel de carros Localiza no Ibovespa, que assim passará a ser composto por 70 ativos.

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