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Bovespa em alta, mas cautela externa pode reduzir fôlego

Bolsa brasileira tenta emplacar o quinto pregão seguido de alta

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2012 às 10h34.

São Paulo - As medidas de estímulo anunciadas ao redor do mundo, entre elas a decisão do Banco Central Europeu (BCE) e o inesperado corte de juros da China, além de um número melhor que o esperado sobre a criação de postos de trabalho no setor privado nos Estados Unidos, devem ajudar a Bovespa na tentativa de emplacar o quinto pregão seguido de alta. Porém, desde que esses fatos foram anunciados, os mercados internacionais já operaram ora no positivo, ora no negativo, deixando dúvidas quanto ao comportamento dos negócios locais para o dia. Por volta das 10h05, o Ibovespa subia 0,59%, aos 56.406,63 pontos.

"A Bolsa deve ser positivamente impactada pelo otimismo com relação às medidas de estimulo econômico na China e na Europa", disse a equipe de analistas da Um Investimentos, em relatório.

Nesta manhã, o BCE cortou sua principal taxa de juros para uma mínima histórica, de 0,75%. Embora a decisão tenha sido a esperada, ela oferece certo alívio para a economia da zona do euro. Mais cedo, o Banco da Inglaterra (BoE) anunciou a manutenção dos juros em 0,5%, também como esperado, mas aumentou o tamanho de seu programa de compras de ativos em 50 bilhões de libras (US$ 78 bilhões), para um total de 375 bilhões de libras (US$ 585 bilhões).

A surpresa, porém, veio da China, com o anúncio do Banco do Povo (PBOC) de corte nas taxas básicas de juros pela segunda vez no atual ciclo de relaxamento monetário. A taxa de referência para empréstimos de um ano será reduzida para 6,0% e a taxa de referência para depósitos de um ano para 3,0%.

Essas medidas impulsionaram, momentaneamente, os mercados na Europa e os índices futuros de Nova York. Porém, as declarações do presidente do BCE, Mario Draghi, desanimaram os investidores e colocaram as bolsas internacionais novamente no negativo. Draghi afirmou, entre outras coisas, que "riscos negativos para a perspectiva econômica se materializaram" e que "o crescimento econômico na zona do euro" continua fraco.

O operador sênior da Renascença Corretora, Luiz Roberto Monteiro, avalia que o corte de 0,25 ponto porcentual do BCE já estava precificado e a China já vinha anunciando medidas econômicas contra um "pouso forçado". "Os estímulos anunciados hoje vieram dentro do previsto e não mudam muita coisa. A economia mundial continuará fraca e a China não sustentará o mundo", afirmou.

Um operador da mesa de renda variável de uma corretora paulista, que falou sob a condição de não ser identificado, lembra que os mercados acionários dos EUA reabrem nesta quinta-feira após o feriado do Dia da Independência e que o desempenho da Bovespa hoje dependerá também deste retorno ao trabalho, em meio aos indicadores macroeconômicos divulgados mais cedo.

Os EUA anunciaram criação de mais vagas de emprego que o esperado no setor privado em junho, de 176 mil postos de trabalho, ante previsão de +108 mil. O dado, da ADP, é considerado uma prévia do relatório oficial (payroll), a ser divulgado nesta sexta-feira. Os pedidos semanais de auxílio-desemprego no país, por sua vez, caíram 14 mil, bem mais que a previsão de 1 mil. Logo mais, às 11 horas, sai o índice ISM do setor de serviços em junho.

No horário acima, em Nova York, o índice futuro do S&P 500 caía 0,08% e o do Nasdaq cedia 0,12%, com sinal oposto ao exibido antes, quando foram anunciadas as medidas de estímulo. As principais praças europeias também operavam no campo negativo.

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