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Bovespa descola do exterior e tem 4ª queda seguida

Bovespa perdeu força e fechou em baixa, ao contrário dos índices de ações internacionais


	Bovespa: investidores ainda aguardam anúncio de medidas mais concretas do governo provisório
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Bovespa: investidores ainda aguardam anúncio de medidas mais concretas do governo provisório (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2016 às 18h00.

São Paulo - O ambiente mais positivo no exterior não foi o bastante para sustentar os ganhos registrados pela manhã na Bovespa, que teve a quarta queda consecutiva nesta sexta-feira, à espera de medidas mais concretas do governo Michel Temer e diante da perspectiva de alta do juro norte-americano.

O Ibovespa caiu 0,82 por cento, a 49.722 pontos. O giro financeiro foi de 5,29 bilhões de reais. Na semana, o índice perdeu 4 por cento.

O apetite por ativos mais arriscados retornava gradualmente às principais bolsas no exterior, após recentes mensagens do Federal Reserve no sentido de uma alta dos juros mais cedo do que vinha sendo precificado.

Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 avançou 0,6 por cento. Mas a Bovespa acabou perdendo força em relação à alta de 1,37 por cento no melhor momento do dia, quando acompanhou o exterior.

De acordo com participantes do mercado, investidores adotaram postura mais cautelosa por ainda estarem à espera de medidas mais concretas do governo Temer, sendo que muitas vão depender também da aprovação do Congresso Nacional.

"(A volatilidade) vai continuar enquanto o mercado externo não se equilibrar diante dessa nova perspectiva de aumento de juros nos EUA e não tiver ainda um esforço (do governo) para anunciar medidas", disse o economista-chefe da ModalMais, Álvaro Bandeira, lembrando que a bolsa subiu apenas em uma sessão, no dia 12, desde que Temer assumiu interinamente a presidência da República.

Na próxima semana, o governo fará um esforço para aprovar no Congresso Nacional a mudança da meta fiscal para um rombo superior a 100 bilhões de reais.

Destaques

- PETROBRAS teve queda de 0,67 por cento nas preferenciais, em dia de baixa do petróleo. O mercado recebeu bem o anúncio de que Pedro Parente aceitou o convite para comandar a companhia. O executivo já afirmou que fará uma gestão "estritamente profissional", sem indicações políticas. Agora a expectativa do mercado fica por conta da continuidade ou não do diretor financeiro, Ivan Monteiro.

- VALE fechou com recuo de 5,1 por cento das ações ordinárias, no pior desempenho do Ibovespa, em dia de estabilidade no preço do minério de ferro à vista na China. Na véspera, em entrevista, o diretor global de marketing e vendas de minério de ferro da Vale, Cláudio Alves, disse que a substituição de mineradoras menores de minério de ferro por companhias globais de mineração começará a desacelerar se o preço permanecer por volta de 50 dólares a tonelada, acrescentando que vê mais volatilidade à frente.

- ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO devolveram ganhos registrados mais cedo e caíram 1,28 e 1,1 por cento, respectivamente, pesando sobre o Ibovespa devido a seu relevante peso no índice.

- OI, que não está no Ibovespa, subiu 1,25 por cento nos papéis ordinários. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou a troca de multas não pagas pelo grupo de telecomunicações por um programa de investimentos ao longo de quatro anos estimado em 3,2 bilhões de reais.

- MRV ENGENHARIA recuou 4,46 por cento, segunda maior baixa do Ibovespa. Mais cedo, notícia publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo afirmou que o governo Temer suspendeu a terceira etapa do programa Minha Casa Minha Vida. Em nota, o Ministério das Cidades afirmou que a terceira fase do programa habitacional terá continuidade.

- CSN reverteu ganhos e fechou em baixa de 2,28 por cento, depois de subscrever 35,8 milhões de papéis em aumento de capital da USIMINAS, cuja ação preferencial perdeu 2,66 por cento. Para a Guide Investimentos, o impacto da notícia é misto. "Por um lado é positivo que os acionistas da Usiminas acompanhem o aumento de capital da empresa. Por outro lado, pode se imaginar que o conflito societário dentro da Usiminas se prolongue, com cada acionista defendendo seu direito rigorosamente", afirmou a Guide.

-GERDAU subiu 2,47 por cento, depois de seis dias seguidos de perdas, em meio a notícias sobre seu envolvimento na operação Zelotes. Nesta sexta-feira, a siderúrgica anunciou a venda de produtora de aços especiais na Espanha por até 200 milhões de euros.

Atualizada às 18h

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