Bolsas: na China, as bolsas de Xangai e Shenzhen desabaram mais de 8 por cento cada nesta sessão (thinkstock)
Da Redação
Publicado em 24 de agosto de 2015 às 11h23.
São Paulo - A bolsa brasileira caía mais de 4 por cento na manhã desta segunda-feira, com o principal índice local voltando aos níveis de meados de 2009 em meio à forte aversão a risco global por temores com a desaceleração da economia chinesa.
Às 11:07, horário de Brasília, o Ibovespa caía 4,33 por cento, a 43.740,4217842 pontos, tocando a mínima durante os negócios desde abril de 2009. Na mínima até esse horário, a queda foi de 6,5 por cento. Todas as ações da carteira teórica estavam no vermelho. O volume financeiro na bolsa somava 1,5 bilhão de reais.
Na China, o índice SSE, da bolsa de Xangai, perdeu 8,46 por cento, conforme medidas do governo da segunda maior economia do mundo para conter o declínio no mercado acionário e a desaceleração econômica não surtiam efeito.
Na Europa, o índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações do continente, desabava 6,58 por cento. Em Wall Street, o S&P 500 caía 3,55 por cento, enquanto o Nasdaq despencaca 6,47 por cento.
"Todos os dados de atividade da economia chinesa apontam para uma desaceleração maior do que vem indicando o PIB (Produto Interno Bruto) oficial. E essa é a grande questão de fundo por trás dessa deterioração do mercado acionário", disse o analista Marco Aurelio Barbosa, da CM Capital Markets.
A decisão chinesa de permitir que fundos de pensão administrados por governos locais invistam no mercado acionário pela primeira vez não trouxe alívio ao mercado.
Conforme nota do Credit Suisse, havia expectativa de corte da taxa de depósito compulsório dos bancos chineses para estimular a economia, o que não aconteceu.
Entre as commodities, o minério de ferro caiu 4 por cento na China e o petróleo perdia cerca de 5 por cento.
Em nota a clientes, Barbosa, da CM Capital Markets, escreveu que as medidas do governo chinês visam estancar o pânico entre investidores pessoas físicas e evitar o contágio da economia real pela perda de lastro para o consumo devido à redução da poupança.
"O que vem ocorrendo é que as medidas de 'socorro' à bolsa (chinesa) vêm afastando os poupadores e atraindo mais especulação. Há uma sensação de que o governo chinês está perdendo o controle da situação", afirmou.
O Credit Suisse destacou que o movimento recente do banco central da China de desvalorizar o iuan levou a um choque negativo no apetite de risco e, em caso de piora, poderia afetar negativamente também o crescimento global.
Na cena local, era visto como novo elemento de incerteza a decisão do vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, de pedir investigação das contas de campanha da presidente Dilma Rousseff, assim como o risco de saída do vice-presidente Michel Temer da articulação politica.
Destaques
VALE tinha queda de ao redor de 9 por cento, tanto nas preferenciais de classe A como nas ordinárias, em meio aos temores sobre a China, uma vez que uma desaceleração mais forte naquele país tende a trazer impactos relevantes sobre o preço das commodities.
Os preços do minério de ferro na China recuaram nesta segunda-feira, com os contratos futuros atingindo limite diário de queda.
PETROBRAS desabava perto de 7 por cento, tanto as preferenciais como as ordinárias, em meio ao declínio acentuado dos preços do petróleo no exterior.
ITAÚ UNIBANCO caía 3,60 por cento e BRADESCO recuava 4,12 por cento, respondendo pelas maiores pressões de baixa no Ibovespa.
TIM PARTICIPAÇÕES caía 5,88 por cento, também afetada pela notícia de que a TELEFÔNICA BRASIL não está mais disposta a fatiar a companhia controlada pela Telecom Italia e mira a Sky, do grupo AT&T, segundo reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico nesta segunda-feira.
O Credit Suisse avaliou também que a notícia seja negativa para OI, que caía quase 10 por cento, pois uma potencial compra da empresa nao é mencionada, conforme nota a clientes.