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Bovespa cai com pressão de commodities e cautela política

Às 11:10, o Ibovespa caía 0,91 por cento, a 66.844 pontos. O giro financeiro era de R$ 1,06 bilhão

Bovespa: ruído político ganhou força com notícias envolvendo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (Germano Lüders/EXAME.com/Site Exame)

Bovespa: ruído político ganhou força com notícias envolvendo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (Germano Lüders/EXAME.com/Site Exame)

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Reuters

Publicado em 24 de fevereiro de 2017 às 11h26.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista operava em baixa nesta sexta-feira, com a queda em commodities e a cautela política guiando o movimento de ajuste na última sessão de fevereiro e antes do feriado de Carnaval.

O noticiário corporativo, em meio a divulgação de balanços, concentrava a atenção dos investidores.

Às 11:10, o Ibovespa caía 0,91 por cento, a 66.844 pontos. O giro financeiro era de 1,06 bilhão de reais.

O ruído político ganhou força com notícias envolvendo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o empresário José Yunes, que é amigo de Temer e foi seu assessor especial até o ano passado, disse a interlocutores que recebeu um pacote em seu escritório a pedido de Padilha.

Yunes deixou o cargo de assessor especial do presidente Michel Temer depois de ser citado na delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, na Lava Jato como tendo recebido em seu escritório, em dinheiro vivo, parte de repasse de 10 milhões de reais que teriam sido solicitados por Temer ao então presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht.

As preocupações envolvendo o núcleo do governo ganham força um dia após notícias de ruptura dentro do PMDB. Na quinta-feira, o vice-presidente da Câmara, o deputado Fábio Ramalho (MG) declarou que iria "romper" com o governo após a informação de que o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) seria anunciado como novo ministro da Justiça.

"Temer precisará melhorar a sua articulação dentro do próprio PMDB, visando à aprovação de reformas à frente, após espécie de racha do PMDB de Minas Gerais", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em nota a clientes.

Destaques

- Vale PNA tinha perda de 1,42 por cento e Vale ON recuava 1,66 por cento. Pouco antes da abertura do pregão, a mineradora anunciou que seu diretor-presidente, Murilo Ferreira, não renovará o seu contrato que termina em 26 de maio deste ano. A sessão também era marcada por queda nos preços de minério de ferro na China.

- Petrobras PN caía 1,29 por cento e Petrobras ON tinha baixa de 1,27 por cento, acompanhando o movimento negativo do petróleo no mercado internacional, que caía após os estoques dos Estados Unidos subirem pela sétima semana consecutiva.

- BRF ON perdia 1,85 por cento. A empresa teve prejuízo líquido de 460 milhões de reais no quatro trimestre, ante lucro líquido de 1,415 bilhão de reais no mesmo período de 2015, refletindo cenário de custos ainda elevados, combinado com prática de preços menores. Para os analistas do Credit Suisse, o resultado decepcionou "mesmo quem já estava com uma expectativa bastante baixa".

- Grupo Pão de Açúcar PN caía 2,27 por cento após reportar prejuízo líquido consolidado de 29 milhões de reais no quarto trimestre de 2016, marcando o sétimo trimestre seguido de resultado negativo.

- Marfrig ON subia 1,64 por cento, revertendo os ganhos iniciais. No radar estava o resultado do quarto trimestre da empresa, que mostrou prejuízo líquido de 270,7 milhões de reais.

- Eletropaulo PN, que não faz parte do Ibovespa, subia 4,44 por cento. A distribuidora de energia anunciou na véspera que o seu conselho de administração decidiu submeter aos acionistas proposta de migração para o Novo Mercado.

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