Bovespa: até a sexta-feira passada, o Ibovespa acumulava valorização de 9,6 por cento no ano
Reuters
Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 12h24.
São Paulo - A aversão ao risco nas bolsas internacionais contaminava o mercado acionário brasileiro nesta segunda-feira, com o principal índice da Bovespa em baixa de mais de 1 por cento, pressionado por bancos e ações atreladas a commodities, em um movimento de correção após avançar em 12 dos 19 pregões até agora em 2017.
Às 12:14, o Ibovespa caía 1,81 por cento, a 64.838 pontos. O giro financeiro somava 1,18 bilhão de reais.
Até a sexta-feira passada, o Ibovespa acumulava valorização de 9,6 por cento no ano. Segundo operadores, investidores aproveitam para embolsar parte dos lucros obtidos desde o começo do ano, em um momento de cautela tanto no Brasil quanto lá fora.
"Há espaço para realizações, mas vamos depender do fluxo de recursos", afirma o economista-chefe da Home Broker Modalmais, Alvaro Bandeira, em nota.
Com os mercados chineses fechados para o feriado do Ano Novo Lunar, as atenções no exterior se voltam para as tensões geopolíticas desencadeadas por decisões tomadas pelo novo presidente norte-americano, Donald Trump, o que reduz o apetite por ativos mais arriscados.
Por aqui, o noticiário político voltou a ganhar peso com a proximidade do fim do recesso do Judiciário e do Congresso Nacional e após a ministra presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, ter homologado nesta manhã as 77 delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht no âmbito da operação Lava Jato.
- CSN ON perdia 3,39 por cento, em um dos piores desempenhos do Ibovespa, em uma sessão negativa para o setor de siderurgia e mineração. Usiminas PNA caía 2,5 por cento, Gerdau PN recuava 2,07 por cento e METALÚRGICA GERDAU PN se desvalorizava 2,43 por cento. Sem a referência dos preços do minério de ferro na China, VALE também era alvo de embolso de lucros, com as ações preferenciais em declínio de 2,77 por cento, e as ordinárias em queda de 1,63 por cento.
- Petrobras PN caía 1,73 por cento, e Petrobras ON recuava 1,52 por cento, espelhando a fraqueza das cotações internacionais do petróleo diante de indícios de aumento na atividade de sondas de perfuração nos Estados Unidos.
- Itaú Unibanco PN perdia 1,68 por cento, reforçando o viés baixista do Ibovespa, dado o seu peso na composição do índice. Outros bancos também trabalhavam no vermelho, com Bradesco PN caindo 2,64 por cento, Banco do Brasil ON recuando 2,48 por cento e Santander UNIT cedendo 1,87 por cento.
- Fibria ON avançava 1,43 por cento, no topo das poucas altas do Ibovespa, apesar do enfraquecimento do dólar ante o real. Ainda no setor de papel e celulose, Suzano PNA operava praticamente estável, com variação positiva de 0,07 por cento. De acordo com analistas, as ações desses empresas perderam muito valor recentemente e agora passam por correção.
- Gol PN, que não compõe o Ibovespa, subia 2,79 por cento, liderando os ganhos do índice de small caps, que caía 1,38 por cento. Nesta segunda-feira, a empresa aérea informou que a margem operacional do quarto trimestre deve ficar no intervalo de 6,5 a 7 por cento, dentro da projeção anterior divulgada em novembro e incluindo despesas com reestruturação da frota.