Bovespa: "Se observarmos o noticiário recente, não havia motivo para a queda da bolsa. Tivemos redução de juros dentro do esperado e balanço da Vale sem surpresas" (Nacho Doce/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 18h56.
São Paulo - Depois de uma manhã positiva, a Bovespa perdeu fôlego e cedeu a um movimento generalizado de realização de lucros nesta quinta-feira, 23.
O Índice Bovespa oscilou 2.209 pontos, entre a máxima de 69.488 pontos (+1,31%) e a mínima de 67.279 pontos (-1,91%). Fechou aos 67.461,39 pontos, com queda de 1,64%.
A onda vendedora no período da tarde chegou a pegar alguns players de surpresa, o que acabou por gerar um movimento de zeragem de posições à tarde.
Essas operações ampliaram o volume negociado na bolsa, que totalizou R$ 10,6 bilhões, superior à média dos últimos dias.
Mesmo com o resultado de hoje, o índice ainda acumula ganhos nominais de 4,32% em fevereiro e de 12,01% em 2017. Se considerado o índice dolarizado, a alta nesses períodos passa a 7,63% e 19,31%, respectivamente.
Em algumas ações específicas, como as da cadeia do aço, os ganhos são bem mais expressivos.
Diversos analistas recorreram às análises gráficas para justificar esta que foi a segunda maior queda porcentual do ano.
Nessas análises, o patamar dos 69 mil pontos se mostra como uma resistência bastante forte, antecedendo a dos 74 mil pontos, que representa o recorde histórico do índice.
"Se observarmos o noticiário recente, não havia motivo para a queda da bolsa. Tivemos redução de juros dentro do esperado e balanço da Vale sem surpresas", disse Ariovaldo Santos Ferreira, gerente de renda variável da Hencorp Commcor.
"Mas o mercado vinha subindo em antecipação a uma melhora da economia. Graficamente, o Ibovespa bateu o objetivo (69 mil pontos) e voltou", afirmou.
Embora as quedas tenham sido generalizadas, as ações da Vale e das siderúrgicas estiveram entre os principais destaques do dia. A mineradora teve lucro líquido de US$ 525 milhões no quarto trimestre de 2016.
No ano, o lucro líquido chegou a US$ 3,982 bilhões, ante prejuízo de US$ 12,129 bilhões em 2015. O resultado no geral foi considerado dentro do esperado.
Esse resultado sem surpresas, associado à queda do minério de ferro, teria justificado uma correção, afirmaram analistas. Assim, Vale ON e PNA caíram 4,38% e 4,15%, respectivamente.