Bovespa: o volume tem sido inflado nos pregões recentes, após a eleição de Donald Trump à Presidência (Bovespa/Divulgação)
Reuters
Publicado em 17 de novembro de 2016 às 18h33.
Última atualização em 17 de novembro de 2016 às 19h45.
São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou esta quinta-feira no vermelho, após sessão com alguma volatilidade, com as declarações da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, reforçando as apostas na alta de juros nos Estados Unidos e ofuscando o noticiário corporativo que sustentou ganhos de ações como Rumo Logística.
O Ibovespa caiu 1,63 por cento, a 59.770 pontos, perto da mínima da sessão. No melhor momento do dia, o índice subiu 1,2 por cento, aproximando-se dos 61.500 pontos.
O volume financeiro do pregão foi de 8,06 bilhões de reais, abaixo da média diária para o mês até a véspera, de 10,8 bilhões de reais, mas acima da média do ano, de 7,3 bilhões de reais.
O volume tem sido inflado nos pregões recentes, após a eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos.
Em suas primeiras declarações após a eleição de Trump, Yellen disse que o banco central norte-americano pode subir os juros "relativamente em breve" se dados econômicos continuarem indicando melhora no mercado de trabalho e aumento da inflação, em comentários que abrem espaço para aumento de apostas em uma aceleração no ritmo de alta nos juros nos EUA.
No entanto, sua promessa de cumprir seu mandato no comando do banco central ajudou a diminuir a preocupação que pairava nos mercados.
"O que poderia ter causado um grande impacto seria ela dizer que iria sair, mas ela foi bem enfática que vai permanecer no cargo enquanto durar seu mandato", disse o analista da Clear Corretora, Raphael Figueredo.
Desta forma, até que se tenha mais clareza sobre o ritmo de normalização da política monetária nos EUA e em relação às medidas a serem adotadas por Trump, operadores afirmam que a volatilidade seguirá nos mercados.
- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 2,99 por cento, devolvendo a alta vista no início do pregão, quando subiu 0,85 por cento, e abandonando o movimento de recuperação iniciado na véspera após queda de quase 10 por cento nos quatro pregões após a eleição de Trump. BRADESCO PN perdeu 3,13 por cento.
- PETROBRAS PN caiu 3,05 por cento e PETROBRAS ON perdeu 2,89 por cento, devolvendo os ganhos vistos mais cedo, depois que os preços do petróleo perderam fôlego e entraram em terreno negativo. O mercado repercutiu ainda a notícia de que a petrolífera está perto de anunciar a venda da Liquigás para a ULTRAPAR por cerca de 2,8 bilhões de reais. As ações da Ultrapar recuaram 0,67 por cento. Após o fechamento do mercado, a Petrobras confirmou a venda da Liquigás por 2,8 bilhões de reais. [O/R]
- SMILES perdeu 4,02 por cento, após o UBS cortar a recomendação do papel para neutra ante compra.
- RAIA DROGASIL caiu 1,9 por cento. As ações da empresa entraram em leilão na reta final do pregão, com a Itaú Corretora, intermediadora operação, informando que leiloaria 4,84 milhões de ações da Raia Drogasil, a 62 reais por papel. Em nota a clientes recentemente, o analista do Santander Brasil João Mamede lembrou que o acordo de acionistas da rede de varejo farmacêutico completa 5 anos em novembro e que ações somando 5 por cento do total da companhia estariam livres do "lock-up" adotado em meio à operação de fusão entre Drogasil e Raia em 2011.
- RUMO LOGÍSTICA avançou 6,04 por cento, entre os destaques de alta do Ibovespa. No radar estava a informação noticiada pelo jornal Valor Econômico de que a empresa recebeu uma oferta de 2 bilhões de reais por participação majoritária em seu complexo portuário em Santos. Além disso, o UBS elevou a recomendação para o papel para compra.
- JBS teve alta de 6,81 por cento, o maior ganho do Ibovespa, após o JPMorgan elevar a recomendação da ação para "overweight" ante neutra. A ação subiu quase 3 por cento na quarta-feira, após a empresa divulgar balanço trimestral e dizer que espera elevação de margens e redução de endividamento em 2017.