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Bovespa ainda pode tirar proveito de otimismo externo

Enquanto o índice Dow Jones é negociado em nível recorde de alta, a Bovespa inicia o pregão desta quarta-feira na pontuação mais baixa do ano, já na casa dos 55 mil pontos


	Bovespa: às 9h30, o Ibovespa futuro subia 1,42%, aos 56.950 pontos
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bovespa: às 9h30, o Ibovespa futuro subia 1,42%, aos 56.950 pontos (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2013 às 10h34.

São Paulo - Enquanto o índice Dow Jones, em Nova York, é negociado em nível recorde de alta, e o principal índice acionário na Europa está nos maiores patamares em quatro anos e meio, a Bovespa inicia o pregão desta quarta-feira na pontuação mais baixa do ano, já na casa dos 55 mil pontos.

Mas o aumento inesperado no preço do óleo diesel nas refinarias, anunciado na terça-feira à noite pela Petrobras, pode garantir uma diminuição dessa defasagem dos negócios locais antes o pares internacionais.

A manutenção do clima externo otimista diante das expectativas de estímulos econômicos por parte dos bancos centrais globais, contribui para o movimento doméstico. Às 9h30, o Ibovespa futuro subia 1,42%, aos 56.950 pontos.

"A Bolsa chegou atrasada na festa", resume o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala, referindo-se ao comportamento discrepante do Ibovespa neste ano em relação aos principais índices acionários ao redor do mundo.

Para ele, esse descolamento está intrinsecamente ligado a fatores internos, diante da imagem desgastada do Brasil na visão dos investidores estrangeiros por causa do ambiente doméstico de inflação em alta e crescimento baixo.

Gala avalia que a recente releitura dos agentes financeiros quanto à condução de política monetária no Brasil, com possível aumento da taxa básica de juros (Selic) em abril ou neste primeiro semestre, foi um dos principais fatores para tal contraste.

"Houve uma reprecificação nas ações das empresas brasileiras, do ponto de vista do custo de um provável aperto monetário", explica.


Mas, para ele, tanto a expectativa de manutenção da Selic em 7,25% ao ano nesta quarta-feira ou uma retomada do ciclo de alta dos juros em breve já estaria "no preço" para a Bolsa. Além disso, as blue chips brasileiras sofreram com noticiário corporativo específico.

Mas nesta quarta-feira a Petrobras deve mudar de papel, de vilão para herói, após anunciar um aumento de 5% no preço do óleo diesel nas refinarias, que começam a vigorar nesta quarta mesmo. Desta vez, o aumento não foi estendido à gasolina, e trata-se da quarta elevação do diesel desde junho do ano passado.

O problema, acrescenta o estrategista da Fator Corretora, é "a festa já ter acabado" no exterior. Isso porque os índices acionários em Nova York, na Europa e em alguns mercados asiáticos já estão muito esticados, o que torna cada vez mais iminente o início de uma realização de lucros.

Gala prevê, ao menos, um ambiente de maior volatilidade, diante das incertezas políticas na Itália e nos Estados Unidos, além da agenda econômica mais carregada. No calendário norte-americano do dia, às 10h15, saem os números referentes à criação de emprego no setor privado em fevereiro.

O relatório da ADP, visto como uma prévia dos dados oficiais do mercado de trabalho nos EUA, que sai na sexta-feira, deve mostrar abertura de 178 mil vagas no período. À tarde, às 16 horas, o Federal Reserve publica o Livro Bege, sobre as condições econômicas do país.

Por volta das 9h30, em Wall Street, o futuro do S&P 500 subia 0,34%, apontando um início de pregão positivo para o dia. Na Europa, a Bolsa de Frankfurt crescia 0,98%, praticamente relegando a queda de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no quarto trimestre do ano passado, confirmando a leitura preliminar e ampliando para 15 meses o período de recessão na região.

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