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Bovespa acompanha exterior e abre perto da estabilidade

Por Olívia Bulla São Paulo - A realização de lucros verificada nos mercados internacionais nesta manhã pode agravar ainda mais as perdas acumuladas pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) desde o começo do ano. O risco é de que a Bolsa perca a marca dos 64 mil pontos na sessão de hoje. A […]

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 10h15.

Por Olívia Bulla

São Paulo - A realização de lucros verificada nos mercados internacionais nesta manhã pode agravar ainda mais as perdas acumuladas pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) desde o começo do ano. O risco é de que a Bolsa perca a marca dos 64 mil pontos na sessão de hoje. A fuga em massa dos investidores estrangeiros deve continuar afetando os negócios com ações, embora especialistas não descartem compras de ocasião. Na abertura, a Bolsa estava próxima da estabilidade. Às 11h10 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) tinha alta de 0,20%, aos 64.348 pontos.

Operadores lembram que a proximidade do vencimento do contrato futuro do Ibovespa, na próxima quarta-feira, traz uma dose extra de pressão sobre a Bolsa brasileira. No mercado à vista, analistas gráficos advertem que há espaço para um queda livre do Ibovespa aos 63 mil pontos no curto prazo.

Em relatório, a equipe de analistas do BB Investimentos destaca a perda do piso dos 65,3 mil pontos na sessão de ontem - nível que representa a metade do caminho entre o último fundo (em torno de 58 mil pontos) e a derradeira alta (próxima dos 73 mil pontos). Ou seja, o movimento significa que o mercado entrou em tendência de baixa, acionando ordens de venda. "Enfim, os investidores optaram por seguir o velho jargão: 'o primeiro prejuízo é sempre o menor'", explicam os analistas no documento. Para Ney Katayama, do BB, graficamente há espaço para mais um dia de realização.

Ele lembra que caso o mercado acionário doméstico continue perdendo a parceria do investidor externo, que vem migrando dos mercados emergentes para o de países desenvolvidos ou para as aplicações na renda fixa, a caça por pechinchas não deve ter tanto vigor hoje. "Uma melhora (do Ibovespa) passaria por ganhos em Petrobras e Vale", acrescenta Katayama. Ainda assim, as fortes perdas em bancos, varejistas e construtoras atraem ordens de compra.

Os balanços divulgados ontem à noite por Cielo e Cosan também não devem ajudar. A companhia sucroalcooleira registrou queda de 83% no lucro líquido do terceiro trimestre fiscal, enquanto a credenciadora de cartões exibiu uma ligeira melhora, de 0,6%, nos ganhos do quarto trimestre de 2010, ante igual período de 2009, mas uma queda de 9% em base trimestral.

O mercado também está atento ao corte de gastos anunciado ontem pelo governo, que prevê um bloqueio de R$ 50 bilhões no Orçamento de 2011. "O corte é bem visto, mas o mercado teme o cumprimento dessa meta e também está à espera de detalhes sobre a redução das despesas", avalia o analista macroeconômico de uma corretora paulista, que preferiu não se identificar. Para o chefe de pesquisa da Um Investimentos, Eduardo Oliveira, temores em relação à inflação e a um cenário de contenção de crédito no País, com apertos monetários, seguem provocando uma forte fuga de capital estrangeiro da Bolsa.

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