Bovespa: por volta das 10h05, o Ibovespa caía 0,61%, aos 55.329,31 pontos (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2013 às 10h50.
São Paulo - A alta de ontem da Bovespa, interrompendo uma sequência de cinco quedas, não passou de um mero repique dos negócios locais e a sessão de hoje volta a registrar perdas já logo na abertura, diante das fortes baixas verificadas no exterior.
As renovadas preocupações com o Chipre e com a Itália mergulham as principais bolsas europeias no vermelho, contaminando o desempenho dos mercados em Nova York.
Por aqui, a safra doméstica de balanços pode potencializar o impacto da pressão sobre as ações brasileiras. Por volta das 10h05, o Ibovespa caía 0,61%, aos 55.329,31 pontos.
As incertezas que rondam o resgate internacional ao Chipre impedem qualquer reação dos mercados financeiros nesta manhã. Os investidores operam com cautela diante da possibilidade de que outros países recebam a mesma receita aplicada à ilha do Mediterrâneo.
A falta de detalhes finais sobre o pacote ofertado ao governo cipriota e a expectativa pela reabertura dos bancos do país amanhã, depois de quase duas semanas fechados, revestem as praças internacionais de cautela.
Já a Itália vendeu 6,91 bilhões de euros em leilão de bônus soberanos realizados hoje, com o custo para os vencimentos de cinco anos sendo o mais alto desde outubro do ano passado.
Além disso, a tentativa do líder do Partido Democrático da Itália, Pier Luigi Bersani, de formar uma aliança de governo fracassou depois de o Movimento Cinco Estrelas rejeitar o pedido de apoio.
Às 9h45, a Bolsa de Paris caía 1,54%, enquanto Milão e Madri recuavam 1,22% e 1,48%, nesta ordem. Já em Wall Street, os índices acionários norte-americanos têm espaço reduzido para testar novas máximas recordes nesta sessão.
No mesmo horário, o futuro do S&P 500 perdia 0,36%. Na agenda econômica dos Estados Unidos, os indicadores previstos para o dia saem às 11h30: vendas pendentes de imóveis em fevereiro e estoques semanais de petróleo bruto e derivados.
Internamente, os prejuízos bilionários registrados por PDG e OGX em 2012 devem agitar a Bolsa hoje. A perda líquida de R$ 2,177 bilhões da incorporadora neste ano superou todo o lucro acumulado pela companhia desde 2008, que totalizava R$ 2,061 bilhões.
Os ajustes contábeis e os estouros nos orçamentos de obras foram os principais responsáveis pelo resultado desastroso do ano passado.
Outra incorporadora, a Rossi Residencial, teve prejuízo líquido de R$ 338,3 milhões no quarto trimestre de 2012, o que representa uma piora de 4.669,1% em relação ao prejuízo de R$ 7 milhões registrado no mesmo trimestre de 2011.
Mais duas empresas do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, reportaram prejuízo no ano passado. A petroleira OGX fechou 2012 com prejuízo mais do que dobrado: o saldo negativo foi de R$ 1,172 bilhão, 130% superior ao registrado em 2011.
A empresa atribuiu o resultado principalmente à perfuração de poços exploratórios que se revelaram secos ou subcomerciais. A OGX também amargou prejuízo de R$ 285,7 milhões no quarto trimestre do ano passado, cifra 14,1% inferior ao resultado negativo apurado no mesmo período do ano anterior.
Já LLX Logística registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 15,639 milhões no quarto trimestre de 2012, o que representa uma queda de 26,4% ante o prejuízo de R$ 21,257 milhões verificado no mesmo período de 2011.
Em todo o ano de 2012, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 36,580 milhões, ou 30,8% menor do que os R$ 52,877 milhões de 2011. Segundo a companhia, o resultado apurado em 2012 "reflete a fase final do período pré-operacional da empresa".