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Bovespa abre em queda e perde os 65 mil pontos

Apesar de ter defendido, ontem, o suporte em 65 mil pontos, essa marca foi perdida logo na abertura dos negócios de hoje

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2012 às 10h38.

São Paulo - A Bovespa abre o pregão desta quinta-feira sob perigo. Apesar de ter defendido, ontem, o suporte em 65 mil pontos, essa marca foi perdida logo na abertura dos negócios, quando a bolsa caia 0,35%. Às 10h23, o Ibovespa caia 0,78%, aos 64.569,81 pontos.

As renovadas preocupações quanto a um pouso forçado na China e à crise das dívidas soberanas europeias ganham um capítulo extra hoje, após a leitura mais fraca que o esperado do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no trimestre passado.

A economia norte-americana cresceu 3,0% entre outubro e dezembro de 2011, na taxa anualizada e em relação ao período de três meses imediatamente anterior. O resultado confirmou a leitura anterior e ficou abaixo do consenso entre analistas, de ligeiro aumento para 3,2%.

Apesar de ser o ritmo mais intenso de expansão do PIB dos EUA em um ano e meio, os índices futuros das Bolsas de Nova York acentuaram a queda. Já os pedidos semanais auxílio-desemprego no país recuaram para o menor nível desde abril de 2008, com a queda de 5 mil solicitações na semana até o último sábado. A previsão era de aumento de 2 mil pedidos no período.

Do outro lado do Atlântico, a Espanha segue no centro das atenções. Um banner do CCOO, um dos principais sindicatos espanhóis, escrito "Querem acabar com tudo", colocado na Puerta del Sol, em Madri, dá o tom da greve geral que o país enfrenta hoje. Os serviços de voos, ônibus e de metrô, entre outros, foram interrompidos, enquanto a população se une às forças sindicais nas ruas contra reformas trabalhistas e cortes de gastos que o governo conservador considera necessários. É a primeira grande greve contra as políticas do primeiro-ministro, Mariano Rajoy.

Em meio a essa revolta, o índice de sentimento econômico entre os 17 países europeus que compartilham o euro teve, em março, a primeira queda desde dezembro do ano passado, para 94,4. A queda foi puxada em boa parte pela redução da confiança na Alemanha, Holanda e Espanha, a despeito da melhora na Itália e na França.

Na avaliação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as principais economias europeias devem seguir frágeis neste primeiro semestre, com os cortes no orçamento prejudicando o crescimento dos países da região. A entidade vê contração das economias italiana e francesa neste trimestre, mas crescimento do PIB alemão, no mesmo período. O Reino Unido, por sua vez, deve entrar em recessão ao final deste mês.


Já para os EUA, os ventos começaram a soprar a favor, e a maior economia do mundo volta a experimentar uma "robusta" expansão, conforme palavras do economista-chefe da OCDE, Carlo Padoan, ditas hoje.

Mas como os números do PIB elevaram os ruídos sobre a tração da retomada econômica norte-americana no horizonte mais curto, os investidores seguem receosos em montar posições em ativos de risco e mostram-se mais dispostos em embolsar parte dos ganhos verificados desde o início do ano, apenas readequando seus portfólios.

Para o analista técnico Gilberto Coelho isso pode representar um caminho livre para o Ibovespa rumo aos próximos suportes, em 64 mil e 62 mil pontos, caso o nível dos 65 mil pontos seja realmente perdido durante a sessão. Do contrário, a resistência mais à frente encontra-se nos 65,6 mil pontos. Segundo o chefe da mesa de renda variável de uma corretora paulista, se as quedas continuarem de modo mais intensa, cresce a pressão para que ordens de stop loss sejam acionadas.

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