Mercados

Bovespa abre em queda, com investidor de olho na OGX

A petrolífera entrou ontem com pedido de recuperação judicial e deu início a um processo considerado como o maior "calote" da história na América Latina


	Bovespa: por volta das 10h10, o Ibovespa caía 0,11%, aos 54.231,95 pontos
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Bovespa: por volta das 10h10, o Ibovespa caía 0,11%, aos 54.231,95 pontos (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2013 às 10h06.

São Paulo - Neste último dia do mês, a Bovespa vive um pregão inédito diante da despedida das ações ordinárias (ON) de OGX dos índices acionários da renda variável brasileira. No fim da tarde de quarta-feira, 30, a petrolífera de Eike Batista entrou com pedido de recuperação judicial e deu início a um processo que está sendo considerado como o maior "calote" corporativo da história na América Latina.

Com isso, os negócios locais tendem a seguir reféns da maior empresa do Grupo EBX, potencializando a queda esperada para o dia, em meio à realização de lucros no exterior por causa da frustração com o Federal Reserve. Por volta das 10h10, o Ibovespa caía 0,11%, aos 54.231,95 pontos.

Operadores consultados nesta quinta-feira, 31, pelo Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, afirmam que a Bolsa brasileira deve ser penalizada pelos ajustes finais da derrocada do império X, que deve levar o preço da ação ON de OGX a novas mínimas históricas, pesando no Ibovespa.

Segundo comunicado da BM&FBovespa, as negociações com os papéis ficarão suspensas até as 11 horas de hoje e, ao final do pregão, das 16h às 17h, haverá um procedimento especial (call de fechamento), para definir o preço de saída da ação de OGX e, consequentemente, um rebalanceamento das carteiras teóricas de índices da Bolsa.

Ainda assim, os profissionais ponderam que o desempenho de outras blue chips, como Petrobras e Vale, pode compensar a pressão vendedora que deve vir de OGX. Assim, eles avaliam que a Bolsa não corre o risco de comprometer a valorização acumulada em outubro, de 3,5% até a quarta-feira, 30, caminhando para o quarto mês consecutivo de ganhos, desde a recuperação iniciada em julho.

Seja como for, a Bolsa brasileira não deve descolar-se da realização de lucros que prevalece no exterior, após a frustração dos investidores com o comunicado "menos suave" (dovish) emitido ontem pelo Federal Reserve, acompanhado da decisão de manter intacto o atual programa de compra de bônus, de US$ 85 bilhões mensais. No horário acima, o futuro do S&P 500 caía 0,16%.

No documento, os agentes financeiros perceberam um tom menos pessimista que o esperado por parte do colegiado do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), o que foi visto como suficiente para dar indícios de que a redução dos estímulos à economia dos Estados Unidos pode não demorar muito.

A expectativa era de que o Fed apresentasse uma visão não tão otimista sobre a economia, diante da recente paralisação fiscal do governo dos EUA e de dados norte-americanos mais fracos. Na agenda econômica do dia, às 10h30, sai a divulgação dos pedidos semanais de auxílio-desemprego e, às 11h45, é a vez do índice de atividade industrial ISM Chicago em outubro.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasGás e combustíveisIndústriaIndústria do petróleoIndústrias em geralOGpar (ex-OGX)Petróleoservicos-financeiros

Mais de Mercados

B3: estrangeiros retiram na Super Quarta metade do valor sacado no mês

Iene em alta e dólar em queda: por que a desvalorização da moeda americana deve se acelerar

Do campo à Faria Lima, dívida da Agrogalaxy passa de R$ 4,5 bilhões

"Emergentes podem voltar a ser os queridinhos do mercado", diz Luiz Fernando Araujo, da Finacap