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Bovespa abre em alta após dados de emprego nos EUA

Bolsa de São Paulo deve ficar em alta com dados positivos dos EUA

Ambiente favorável no exterior deve ajudar o Ibovespa a seguir a trajetória rumo aos 70 mil pontos em pouco tempo (Germano Lüders/EXAME)

Ambiente favorável no exterior deve ajudar o Ibovespa a seguir a trajetória rumo aos 70 mil pontos em pouco tempo (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2011 às 10h38.

São Paulo - A criação de vagas de emprego nos Estados Unidos, acima do esperado, é o motivo que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) precisava para continuar subindo hoje. Porém, o noticiário ligado à Vale e ao setor de mineração como um todo pode limitar a alta das ações no Brasil. No exterior, os mercados internacionais avaliam as chances de um início de aperto monetário nos EUA. Às 10h23 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) subia 0,79%, para 69.127 pontos.

Na manhã de hoje, os EUA anunciaram a criação de 216 mil postos de trabalho nos setores público e privado no mês passado, acima da abertura de 195 mil vagas prevista pelos economistas. O resultado reduziu a taxa de desemprego de 8,9% para 8,8% no país. A melhora na situação do emprego nos EUA, porém, adiciona ingredientes ao debate não só de uma antecipação do fim dos estímulos à economia norte-americana, mas também de um início do processo de normalização monetária ainda em 2011.

Para especialistas, o ambiente favorável no exterior deve ajudar o Ibovespa a seguir a trajetória rumo aos 70 mil pontos no curto prazo, após ter conseguido romper a forte resistência ao redor dos 68,2 mil pontos ontem. Eles ressaltam que a recuperação depende do fluxo de capital na Bolsa, particularmente de estrangeiros.

As apostas eram de que a primeira prévia do Ibovespa válida para o período de maio a agosto deste ano pudesse provocar ajustes nas carteiras de fundos que replicam o índice, embalando os negócios. Porém, a prévia divulgada hoje não trouxe nenhuma surpresa e continuará valendo a carteira atual, composta por 69 ações, para o próximo quadrimestre.

Portanto, as ações em destaque hoje são às ligadas aos setores de mineração e siderurgia. Esses segmentos devem repercutir a informação de que o governo estuda taxar fortemente a exportação de minério de ferro e desonerar o aço, para incentivar os investimentos em produtos de maior valor. Na avaliação do gerente de análise da Modal Asset Management, Eduardo Roche, é mais uma notícia negativa para a Vale. "A taxação mina a competitividade do setor e afeta a rentabilidade da indústria ligada à commodity", avalia. Segundo ele, apesar de não ser nova, a notícia também deve ter impacto sobre as ações de MMX e CSN.

Ao mesmo tempo, os investidores seguem atentos às notícias envolvendo mudanças no comando da Vale. Ontem à noite, a mineradora deu início formalmente ao processo de sucessão de seu diretor-presidente, Roger Agnelli, ao anunciar a contratação de uma empresa de seleção de executivos (headhunter). Os acionistas deverão se manifestar sobre a indicação com base em uma lista tríplice, a ser elaborado pela agência. Além disso, na Assembleia Geral de Acionistas, prevista para 19 de abril, será referendada a formação do novo Conselho de Administração da empresa, sendo que, dos 11 membros, 7 serão reconduzidos aos cargos.

Na manhã de hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção industrial cresceu 1,9% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal. O resultado veio acima do intervalo das expectativas dos analistas, que esperavam taxa de 0,50% a 1,70%. A mediana das previsões estava em 1%. Na comparação com fevereiro de 2010, a produção subiu 6,9%. Nesta comparação, as estimativas dos analistas variavam de 2,00% a 7,00%, com mediana de 5,35%.

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