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Bovespa abre em baixa com pressão externa

São Paulo - Os mercados de ações e commodities estendem as perdas de sexta-feira, com os investidores ainda avessos ao risco após a denúncia de fraude contra o Goldman Sachs feita na sexta-feira pela Securities and Exchange Comission (SEC), a comissão norte-americana que lida com valores mobiliários. Esse clima de tensão externa e o vencimento […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São Paulo - Os mercados de ações e commodities estendem as perdas de sexta-feira, com os investidores ainda avessos ao risco após a denúncia de fraude contra o Goldman Sachs feita na sexta-feira pela Securities and Exchange Comission (SEC), a comissão norte-americana que lida com valores mobiliários. Esse clima de tensão externa e o vencimento de opções sobre ações hoje, que ocorre das 11 horas às 13h30, deixa a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em situação frágil. O índice Bovespa abriu em baixa e, às 10h10, cedia 0,78%, aos 68.878 pontos.

Devido à perda forte do mercado na sexta-feira, as ações de Petrobras devem ter hoje um movimento financeiro pequeno neste vencimento de opções, mas o exercício de Vale promete um giro financeiro mais forte. Segundo operadores, há uma quantidade significativa de opções de compra de ações preferenciais (PNA) da Vale a serem exercidas abaixo do valor de fechamento de sexta-feira, de R$ 50,57. "Se for exercido tudo que está em está em aberto, a Vale deve girar cerca de R$ 1 bilhão", calcula um operador. Já Petrobras teria um resultado melhor se a PN conseguir chegar a R$ 34, depois de ter fechado a sexta-feira em R$ 32,90. Mas dado o ambiente externo negativo e a queda expressiva do petróleo, é pouco provável que isso ocorra.

O fato de o Goldman ser um dos maiores e mais importantes operadores de commodities é um motivo adicional para derrubar os preços das matérias-primas. O contrato futuro de petróleo com vencimento maio, que vence amanhã, é negociado abaixo de US$ 82 por barril, no menor nível em três semanas. O mercado de petróleo é prejudicado ainda pela suspensão dos voos na Europa, que se estende por um período superior ao esperado. O cobre é negociado próximo das mínimas das últimas três semanas e a até mesmo o ouro, considerado um ativo seguro em momentos de risco, registra baixa hoje.


As bolsas em Nova York e na Europa operam em baixa, ecoando em parte a queda de 4,79% da Bolsa de Xangai. Novas medidas adotadas por Pequim neste final de semana para controlar o crescimento do mercado de crédito imobiliário forçaram essa queda expressiva das bolsa na China, a maior do ano.

As ações dos setores financeiro e aéreo lideram as perdas nas bolsas europeias. E no Brasil os papéis da TAM e da Gol também devem continuar sofrendo as consequências do caos aéreo na Europa.

Diante das acusações de fraude, os investidores vão olhar com atenção o balanço do Goldman Sachs, que será divulgado amanhã. Hoje, o Citigroup divulgou lucro líquido de US$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre. Esta é uma semana quente em termos de balanços nos EUA - um terço das empresas que integram o índice Dow Jones - entre elas AT&T, Verizon, Coca-Cola, IBM, McDonald's e Microsoft - anuncia resultados trimestres.

Na Bovespa, além do vencimento, esta manhã, a Rossi e a América Latina Logística (ALL) informaram as prévias (não auditadas) dos resultados do primeiro trimestre. A incorporadora e construtora Rossi comunicou que os lançamentos totais cresceram 350%, para R$ 722,4 milhões, ante o mesmo período de 2009. Desse valor, R$ 571 milhões referem-se à parte da Rossi nos empreendimentos, parcela esta que era de R$ 143 milhões no primeiro trimestre de 2009. As vendas contratadas totais atingiram R$ 842 milhões, alta de 146% sobre o mesmo período do ano passado, dado considerado recorde pela companhia.

A ALL anunciou que o resultado do primeiro trimestre aponta para Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) 17,7% maior no Brasil, para R$ 295,6 milhões, ante mesmo período de 2009.

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