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Bônus da Oi disparam com plano de troca de dívida

Os preços dos bônus da Oi saltaram depois que operadora de telefonia móvel mais endividada do país divulgou os termos de uma proposta de reestruturação


	Oi: na proposta, a Oi pede que os bancos credores alonguem os vencimentos dos bônus e oferece trocar parte dos títulos por ações com um prêmio em relação aos atuais preços
 (Wikimedia Commons)

Oi: na proposta, a Oi pede que os bancos credores alonguem os vencimentos dos bônus e oferece trocar parte dos títulos por ações com um prêmio em relação aos atuais preços (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2016 às 17h31.

São Paulo - Os preços dos bônus da Oi saltaram nesta sexta-feira depois que operadora de telefonia móvel mais endividada do país divulgou os termos de uma proposta de reestruturação para reduzir as obrigações da companhia em mais de 50 por cento.

Na proposta, a Oi pede que os bancos credores alonguem os vencimentos dos bônus e oferece trocar parte dos títulos por ações com um prêmio em relação aos atuais preços. Os bônus emitidos por uma subsidiária do grupo na Holanda e que vencem este ano foram excluídos do plano.

Se todos os credores aceitarem os termos da proposta, a dívida bruta da Oi poderá cair para 21 bilhões de reais até o final do ano, ante 49,5 bilhões de reais no fim de março, disse a Oi em comunicado.

A empresa, que tem pagar 230 milhões de euros (cerca de 890 milhões de reais) no próximo mês, busca a adesão de 95 por cento dos credores.

A Oi também divulgou um documento separado delineando uma proposta dos credores de 11 de junho, na qual os detentores dos bônus aceitam trocar seus títulos por uma participação de 95 por cento na companhia. A proposta acelerou a saída do ex-presidente-executivo Bayard Gontijo na semana passada, disseram fontes na ocasião.

A companhia ainda não deu uma resposta aos credores ou apresentou uma contraproposta.

As ações da Oi reverteram os ganhos de mais cedo e recuavam com força nesta sexta-feira ante a perspectiva de que os detentores de bônus vão assumir menos ações do que o esperado dentro do plano de reestruturação. Às 16:45, as ações ordinárias operavam em queda de 2,17 por cento, enquanto os papéis preferenciais recuavam 18,7 por cento.

Além de terem de assumir perdas de 31 bilhões de reais, os detentores de bônus receberam oferta de 4,4 bilhões de reais em nova dívida securitizada e 4,4 bilhões de reais em novas ações.

GASTOS PESADOS

A Oi gastou pesado por anos para atender as metas de expansão de linhas fixas, dificultando sua capacidade de competir nos mercados móvel e de dados.

Divergências frequentes entre os acionistas sobre a estratégia e a longa recessão de dois anos também pesaram sobre a empresa. Os detentores de bônus e os acionistas minoritários vêem uma reestruturação bem-sucedida como crucial.

Já os investidores vêem como um passo essencial em direção a uma possível aquisição da Oi, que dizem que poderia ajudar a reduzir a lacuna em relação às rivais controlados pela espanhola Telefónica SA e pela América Móvil, do bilionário mexicano Carlos Slim.

A estrutura de capital da Oi "não é sustentável" neste momento, disse a empresa na apresentação, acrescentando que precisa de pelo menos 5 bilhões de reais em dinheiro para fazer investimentos e pagar o serviço da dívida.

Sem a reestruturação, a Oi estima que poderia queimar quase 92 por cento de seu caixa atual até o final deste ano.

O preço dos títulos da Oi com vencimento em fevereiro 2022 e cupom de 5,75 por cento saltou 2 centavos de dólar para 18,50 centavos. O título em euros da subsidiária Oi Brasil Holdings com cupom de 5,625 por cento e vencimento em junho 2021 subiu para 19 centavos.

A reestruturação da dívida da Oi pode ser a segunda maior já ocorrida na América Latina, atrás apenas da renegociação dos bônus da produtora de cimento Cem em 2009, segundo dados da Thomson Reuters.

Na apresentação, a Oi disse que não está certo que as negociações vão continuar ou produzir qualquer resultado".

Cerca de 60 por cento das contas a receber foram oferecidas a bancos brasileiros como garantia para o seu envolvimento na reestruturação de 17 bilhões de reais em empréstimos pendentes, de acordo com a apresentação.

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