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Bolsas mundiais operam mistas com salto da Alibaba, queda da BYD e alta da Novo Nordisk

Mercados da Ásia e Europa avançam em setembro, enquanto Wall Street pausa pelo feriado do Labor Day, o dia do trabalho dos EUA

Alibaba: ações da empresa subiram 18% em Hong Kong após resultados e anúncio de chip de inteligência artificial (Costfoto/NurPhoto/Getty Images)

Alibaba: ações da empresa subiram 18% em Hong Kong após resultados e anúncio de chip de inteligência artificial (Costfoto/NurPhoto/Getty Images)

Publicado em 1 de setembro de 2025 às 06h20.

As bolsas internacionais iniciaram a semana e o mês de setembro em terreno misto, com investidores digerindo dados econômicos da China e novas tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos. Nesta segunda-feira, 1º, a sessão foi marcada por volatilidade na Ásia, ganhos pontuais na Europa e feriado de dia do trabalho nos EUA.

Os mercados asiáticos operaram em direções distintas. Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 2,17%, impulsionado por um salto de 18,58% das ações da Alibaba, após resultados do segundo trimestre destacarem a expansão da unidade de computação em nuvem e avanços no desenvolvimento de chips de inteligência artificial.

Já as ações da montadora chinesa BYD recuaram quase 8% em Hong Kong, após a empresa divulgar queda de 30% no lucro líquido do segundo trimestre, para 6,36 bilhões de yuans (US$ 891 milhões), em meio à guerra de preços no mercado doméstico de veículos elétricos. Apesar da pressão sobre margens, a receita da companhia avançou 14% na comparação anual, para 201 bilhões de yuans, impulsionada pelo crescimento das vendas internacionais. A própria BYD reconheceu que a competição excessiva e o marketing agressivo no setor vêm impactando a rentabilidade.

Na China continental, o CSI 300 avançou 0,6%, em meio à divulgação de dois indicadores de atividade industrial. O PMI oficial marcou 49,4 em agosto, ainda em contração, mas o índice privado RatingDog (antigo Caixin PMI) surpreendeu positivamente ao subir para 50,5, sinalizando leve expansão.

No Japão, o Nikkei 225 recuou 1,24%, pressionado pelas quedas de fabricantes de semicondutores como Advantest (-7,92%), Disco Corp (-7,71%) e Socionext (-6,32%). O Topix caiu 0,39%.

Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 1,35% e o Kosdaq, 1,49%; enquanto na Austrália o S&P/ASX 200 caiu 0,51%.

Mercado europeu

Na Europa, os índices abriram em alta moderada. Por volta das 6h (horário de Brasília), o Stoxx 600 avançava 0,33%, o DAX subia 0,38%, o francês CAC 40 ganhava 0,41% e o britânico FTSE 100 tinha alta de 0,28%.

As ações da dinamarquesa Novo Nordisk avançavam 3% após a companhia divulgar novos dados clínicos de seu medicamento Wegovy, que teria desempenho superior ao do rival Mounjaro, da americana Eli Lilly, na redução do risco de eventos cardiovasculares. A notícia deu fôlego extra ao setor de saúde, em um momento em que o governo dinamarquês reduziu pela metade sua projeção de crescimento para este ano, em parte devido à queda da fatia da Novo no mercado dos EUA.

Investidores ainda monitoram os desdobramentos da inflação na Europa e nos Estados Unidos. Na sexta-feira, Powell, presidente do Federal Reserve, reforçou expectativas de corte de juros em setembro, movimento que apoiou as bolsas globais no fim da semana passada.

Estados Unidos

Os mercados americanos permanecem fechados nesta segunda-feira por conta do feriado do Labor Day, o dia do trabalho nos EUA, mas os futuros operavam em leve alta: os do S&P 500 subiam 0,14%, os do Dow Jones avançava, 0,14% e os do Nasdaq 100 tinham ganhos de 0,09% por volta das 6h.

Na sexta-feira, o S&P 500 caiu 0,64%, o Nasdaq recuou 1,15% e o Dow Jones perdeu 0,20%, em sessão de realização de lucros após recordes recentes. Mesmo assim, agosto terminou positivo: Dow (+3%), S&P 500 (+2%) e Nasdaq (+1,6%).

No radar, o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE) subiu 2,9% em julho, o maior nível desde fevereiro, reforçando a leitura de que o Fed terá de equilibrar sinais de inflação com a desaceleração do mercado de trabalho antes da reunião de setembro.

As tensões comerciais também voltaram ao centro das atenções depois que um tribunal considerou ilegais parte das tarifas recíprocas impostas pelo presidente Donald Trump. O tema já pressionou empresas ligadas à indústria. Na sexta, a fabricante Caterpillar alertou que poderia perder até US$ 1,8 bilhão com as tarifas, derrubando suas ações em mais de 3%. A varejista Gap também apontou impacto negativo em seus resultados.

Entre as gigantes de tecnologia, Nvidia caiu mais de 3% após relatos de que a Alibaba desenvolveu um chip de inteligência artificial mais avançado, o que pode intensificar a concorrência em meio às restrições de exportação dos EUA.

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