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Bolsas globais operam no vermelho com tarifaço de Trump e quedas nas big techs

Ações na Europa aceleram perdas após ofensiva contra farmacêuticas e tarifas elevadas sobre a Suíça; Ásia fecha em baixa e futuros de Wall Street recuam

França: índice CAC 40 caía 1,87% às 6h50 (THOMAS SAMSON/AFP /Getty Images)

França: índice CAC 40 caía 1,87% às 6h50 (THOMAS SAMSON/AFP /Getty Images)

Publicado em 1 de agosto de 2025 às 07h06.

Com as novas tarifas comerciais de Donald Trump em vigor nesta sexta-feira, 1º, os mercados globais operam em clima de aversão a risco. A Casa Branca confirmou a imposição de tarifas de até 41% sobre importações, incluindo uma sobretaxa de 40% para produtos que passaram por transbordo — prática usada para burlar tarifas ao mascarar a origem real da mercadoria.

A medida ocorre horas antes do prazo final para as chamadas “tarifas recíprocas” e mira países asiáticos e europeus, reacendendo preocupações sobre tensões comerciais. Apesar de já esperadas por parte do mercado, as mudanças voltaram a afetar o sentimento dos investidores.

Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em queda. O índice Hang Seng, de Hong Kong, recuou 1,07%, acompanhado pelo CSI 300, da China continental, que caiu 0,51%. O Nikkei 225, no Japão, perdeu 0,66%, enquanto o Topix avançou 0,19%. As maiores quedas da região foram na Coreia do Sul: o Kospi despencou 3,88% e o Kosdaq, 4,03%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 caiu 0,92%. Já na Índia, o Nifty 50 recuou 0,48% e o Sensex, 0,34%.

Mercado europeu no vermelho

Na Europa, o clima é de forte realização. O índice pan-europeu Stoxx 600 caía 1,22% por volta das 6h50. A bolsa de Paris recuava 1,87%, Frankfurt perdia 1,73%, e Milão operava em queda de 1,8%. O índice FTSE 100, em Londres, cedia 0,46%. As perdas refletem a preocupação com os desdobramentos das novas tarifas anunciadas por Trump.

Um dos setores mais atingidos foi o farmacêutico. Empresas como Novo Nordisk, listada em Copenhague, caiu cerca de 4%; a AstraZeneca, negociada em Londres, recuou 3,9%. Também operavam no vermelho GSK, Sanofi e Novartis. O movimento afetou tanto companhias europeias quanto americanas listadas no continente, após Trump enviar cartas a 17 empresas do setor exigindo redução nos preços dos medicamentos.

As tarifas sobre a Suíça também entraram no radar. Trump elevou para 39% as taxas sobre importações do país, o que deve pressionar ações de empresas de luxo como Richemont, Swatch Group e Watches of Switzerland. Segundo analistas do banco Jefferies, a mudança abrupta pode ter impacto relevante, especialmente no segmento de relógios.

Entre os poucos destaques positivos do dia está a operadora de bolsas Euronext, que superou as expectativas no balanço trimestral e anunciou uma oferta para comprar a Bolsa de Atenas, avaliada em mais de 400 milhões de euros.

Futuros dos EUA

Nos Estados Unidos, os futuros dos principais índices operam em queda na manhã desta sexta-feira, refletindo a cautela dos investidores diante das tarifas revisadas anunciadas por Trump e dos mais recentes balanços das gigantes de tecnologia.

Por volta das 6h50, os contratos futuros do S&P 500 recuavam 0,95%, os do Nasdaq 100 caíam 1,05% e os do Dow Jones perdiam 0,92%.

No pós-mercado, as ações da Amazon desabaram mais de 6% após a empresa divulgar projeções fracas para o lucro operacional do trimestre atual. Em contrapartida, a Apple subiu cerca de 2%, impulsionada por resultados de receita e lucro acima do esperado.

Os índices de Wall Street acumulam três sessões consecutivas de perdas. Na quinta-feira, o S&P 500 caiu 0,4%, o Dow Jones recuou cerca de 0,7% e o Nasdaq fechou com leve baixa, mesmo após os fortes resultados de Microsoft e Meta Platforms.

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