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Bolsas globais operam com cautela após alerta de Powell sobre preço dos ativos

Ásia fecha mista com alta da Alibaba, Europa recua apesar de ganhos em defesa, e futuros em NY operam praticamente estáveis

Jerome Powell: presidente do Federal Reserve disse que ativos estão bastante valorizados e cenário de cortes segue incerto (Chip Somodevilla/Getty Images)

Jerome Powell: presidente do Federal Reserve disse que ativos estão bastante valorizados e cenário de cortes segue incerto (Chip Somodevilla/Getty Images)

Publicado em 24 de setembro de 2025 às 06h14.

Os mercados internacionais operam nesta quarta-feira, 24, em tom cauteloso, acompanhando a pressão vinda de Wall Street após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, alertar que os preços dos ativos estão “bastante valorizados” e que a trajetória de cortes de juros não está clara.

Investidores também monitoram declarações políticas nos Estados Unidos e avanços no setor de tecnologia na Ásia.

Mercado asiático

As bolsas da Ásia e do Pacífico encerraram mistas. O Nikkei 225, de Tóquio, subiu 0,34% e o Topix avançou 0,23%, enquanto o Kospi, de Seul, recuou 0,40% e o Kosdaq caiu 1,29%.

No Japão, o impulso veio do setor industrial, mas a atenção segue voltada para a política monetária global. Na Coreia do Sul, papéis de defesa destoaram das quedas: Hanwha Aerospace, Korea Aerospace e Hyundai Rotem avançaram entre 2% e 5%, após o presidente Donald Trump reafirmar apoio militar à Ucrânia e à Otan.

Já na Oceania, o S&P/ASX 200, da Austrália, caiu 0,92%, pressionado pela inflação de agosto acima das expectativas (3% ao ano, frente a 2,9% projetados).

Na China, o CSI 300 avançou 1,02% e o Hang Seng, de Hong Kong, disparou 1,37%. O movimento refletiu tanto a recuperação após o impacto do supertufão Ragasa quanto a forte valorização das ações da Alibaba, que subiram quase 10% após o CEO Eddie Wu anunciar um pacote de R$ 380 bilhões em investimentos em inteligência artificial, parceria com a Nvidia e expansão global de data centers.

Bolsas da Europa

Na Europa, os principais índices operavam em baixa pela manhã. O Stoxx 600 recuava 0,32%, o DAX de Frankfurt caía 0,19%, o CAC 40 de Paris cedia 0,27% e o FTSE 100 de Londres tinha baixa de 0,19%.

O pessimismo geral foi parcialmente contrabalançado pela disparada das ações do setor de defesa, impulsionadas pelas falas de Trump na ONU sobre a guerra na Ucrânia. Empresas como Saab (Suécia), Hensoldt e Rheinmetall (Alemanha) registraram altas de até 5%, refletindo a expectativa de mais encomendas militares.

O ambiente, porém, foi marcado pela cautela após Powell reforçar que ativos estão inflados e que o Fed enfrentará desafios para equilibrar inflação e mercado de trabalho. O dólar mais forte na comparação com euro e libra também adicionou pressão aos mercados europeus.

Estados Unidos

Em Nova York, a sessão anterior terminou negativa: o S&P 500 caiu 0,55%, o Nasdaq recuou quase 1% — puxado por perdas em Nvidia, Oracle e Amazon — e o Dow Jones fechou em baixa de 0,19%. O movimento refletiu dúvidas sobre a sustentabilidade do rali da inteligência artificial e alertas sobre custos de energia ligados à expansão dos data centers.

Nos futuros, o tom era de estabilidade na manhã desta quarta-feira: os contratos atrelados ao S&P 500 subiam 0,13%, os do Nasdaq 100 avançavam 0,25% e os do Dow Jones oscilavam próximo da estabilidade.

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