Tóquio: o índice japonês Nikkei 225 subiu 1,3%, para o recorde de 43.274 pontos (Keith Tsuji/Getty Images)
Redatora
Publicado em 13 de agosto de 2025 às 06h41.
Os mercados globais operaram em alta nesta quarta-feira, 13, impulsionados por dados de inflação abaixo do esperado nos Estados Unidos, que reforçaram as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve já em setembro. A leitura do índice de preços ao consumidor (CPI) de julho, em linha com as previsões, ajudou a aliviar preocupações de que as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump pudessem pressionar os preços no curto prazo, favorecendo o apetite por risco em bolsas da Ásia, Europa e dos EUA.
O destaque foi o Nikkei 225, do Japão, que avançou 1,3% e encerrou a 43.274,67 pontos, ultrapassando pela primeira vez a marca dos 43 mil pontos e registrando novo recorde histórico. O índice acumula seis pregões consecutivos de alta, impulsionado principalmente por ações do setor de tecnologia e resultados corporativos acima das expectativas.
Entre as empresas que se destacaram, a fabricante de chips Renesas Electronics subiu quase 7%, a produtora de equipamentos de teste de semicondutores Advantest avançou 5,4% e a Sony Group ganhou 3,5%. No segmento de consumo, a Yokohama Rubber saltou 8,3% e a Asics disparou quase 18% após divulgar resultados positivos.
Na Coreia do Sul, o Kospi subiu 1,08%, sustentado por ganhos no setor de tecnologia e por expectativas de estímulos adicionais na economia local. Em Hong Kong, o Hang Seng registrou alta expressiva de 2,58%, liderado pelo índice de tecnologia que saltou mais de 2%. As ações da Tencent Music Entertainment dispararam 16% após a empresa superar as projeções de receita e lucro no segundo trimestre, enquanto Sunny Optical Technology subiu mais de 5%, Bilibili ganhou 4,77% e Alibaba avançou 4,46%.
Na China continental, o índice Shanghai Composite valorizou 0,48%, alcançando o nível intradiário mais alto desde dezembro de 2021, e o CSI 300 encerrou 0,79% no positivo. A única exceção na região foi o S&P/ASX 200, da Austrália, que caiu 0,6% devido à realização de lucros e à queda no setor de mineração.
Na Europa, os principais índices operavam em alta por volta das 6h (horário de Brasília). O DAX, da Alemanha, subia 0,63%, o CAC 40, da França, avançava 0,40% e o Stoxx 600, que reúne as maiores companhias da região, ganhava 0,39%.
O setor de tecnologia e as ações de defesa lideravam os ganhos, enquanto investidores reagiam aos sinais de que a economia global segue resiliente e de que a inflação está controlada em mercados desenvolvidos.
Nos Estados Unidos, os contratos futuros apontavam para a continuidade do rali registrado na véspera, com o S&P 500 em alta de 0,52%, o Nasdaq 100 avançando 1,12% e o Dow Jones subindo 0,20%.
Na terça-feira, tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq encerraram em máximas históricas, apoiados pela leitura moderada da inflação de julho e pela percepção de que o Federal Reserve pode priorizar o estímulo à atividade econômica diante de sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho.
A atenção agora se volta para novos indicadores, como o índice de preços ao produtor (PPI), que será divulgado nesta quinta-feira, e para o simpósio de Jackson Hole, nos Estados Unidos, entre 21 e 23 de agosto, onde autoridades monetárias devem dar mais sinais sobre os próximos passos da política monetária.
No mercado de petróleo, o barril do WTI recuava 0,2%, para US$ 62,99, pressionado por sinais de aumento na oferta global e pela cautela antes da reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, marcada para sexta-feira no Alasca.
No mercado de metais preciosos, o ouro avançava 0,3%, cotado a US$ 3.359,54 a onça, apoiado pela expectativa de corte de juros nos EUA.