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Bolsas europeias recuam com incerteza na Grécia e na China

A constante queda no preço do petróleo e dados fracos do Reino Unido e da Alemanha também pressionaram os mercados


	Bolsa de Atenas: principal índice, o Athex, caiu 12,78%, para 902,84 pontos
 (Louisa Gouliamaki/AFP)

Bolsa de Atenas: principal índice, o Athex, caiu 12,78%, para 902,84 pontos (Louisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 15h54.

São Paulo - A incerteza política provocada pela decisão do governo grego de antecipar a votação para presidente e preocupações com a economia chinesa levaram as principais bolsas europeias a fecharem em forte baixa.

A constante queda no preço do petróleo e dados fracos do Reino Unido e da Alemanha também pressionaram os mercados.

O índice Stoxx 600 fechou aos 340,86 pontos, um recuo de 2,22%.

O governo grego anunciou na segunda-feira, 8, que vai antecipar a votação parlamentar para presidente para 17 de dezembro, dois meses antes do previsto.

O novo representante vai substituir o chefe de Estado Karolos Papoulias, cujo mandato de cinco anos deveria terminar em março. Se o Parlamento não conseguir escolher um novo presidente, serão realizadas eleições gerais, provavelmente em fevereiro.

De acordo com as últimas pesquisas de opinião, o partido de oposição radical de esquerda Syriza deve vencer as eleições nacionais por uma margem de três a seis pontos porcentuais.

A legenda ameaça encerrar o programa de reforma e austeridade implementado durante a ajuda financeira ao país, o que pode iniciar uma nova crise com os credores da Grécia.

O principal índice da Bolsa de Atenas, o Athex, caiu 12,78%, para 902,84 pontos.

Na China, o governo proibiu o uso de bônus corporativos de classificação mais baixa como garantia de financiamentos de curto prazo, a fim de reprimir formas mais arriscadas de dívida, o que levou a bolsa de Xangai a fechar em queda de 5,43% e pressionaram os mercados europeus.

Somado a isso, a mídia estatal divulgou que o governo chinês pode cortar a meta de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), de cerca de 7,5% neste ano para 7,0% em 2015, durante a reunião de política econômica que começou nesta terça-feira.

Indicadores recentes fracos na Europa também contribuíram para as perdas nas bolsas. No Reino Unido, a produção industrial caiu 0,1% em outubro ante setembro, contrariando a previsão de alta de 0,2%.

Na Alemanha, o superávit comercial de outubro atingiu 20,6 bilhões de euros, resultado acima das expectativas, mas as exportações tiveram baixa de 0,5% na comparação mensal, enquanto as importações recuaram 3,1%.

Os preços dos contratos do petróleo Brent atingiram um novo recorde de baixa em cinco anos, o que pressionou as ações das empresas de energia.

Em Londres, os papeis da Petrofac caíram 3,26%, os da Tullow Oil recuaram 0,38% e os da BHP Billiton perderam 1,64%.

O índice FTSE-100 fechou na mínima intraday, aos 6.529,47, uma queda de 2,14%.

Em Frankfurt, o DAX perdeu 2,21%, para 9.793,71 pontos, com destaque para o setor bancário, que teme que as companhias de energia não consigam pagar seus empréstimos.

As ações do Deutsche Bank recuaram 3,73% e as do Commerzbank, 2,44%. Em Milão, os bancos também tiveram perdas, diante de preocupações de que o Banco Central Europeu (BCE) pode buscar ajustes em suas contas, após os resultados dos testes de estresse feitos pelas autoridades da região.

Os papeis do Eni perderam 2,07%, os do Intesa Sanpaolo recuaram 2,04% e os do Unicredit caíram 3,84%.

O índice FTSE Mib, em Milão, recuou 2,81%, para 19.390,00 pontos.

O índice CAC-40, em Paris perdeu 2,55%, para 4.263,94 pontos. Em Madri, o Ibex 35 recuou 3,18%, para 10.461,60 pontos, e o PSI-20, em Lisboa, fechou aos 5.074,97 pontos, com queda de 2,45%.

Com informações da Dow Jones Newswires.

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