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Bolsas europeias recuam com crise grega, petróleo e deflação

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou aos 341,19 pontos, uma queda de 0,90%


	Bolsa de Frankfurt: ela encerrou o pregão mais cedo, devido ao feriado de ano-novo
 (Daniel Roland/AFP)

Bolsa de Frankfurt: ela encerrou o pregão mais cedo, devido ao feriado de ano-novo (Daniel Roland/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2014 às 15h49.

São Paulo - Preocupações com a instabilidade política na Grécia e os preços baixos do petróleo levaram as principais bolsas europeias a fecharem em queda nesta terça-feira, 30.

A deflação registrada na Espanha em dezembro também contribuiu para as perdas.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou aos 341,19 pontos, uma queda de 0,90%.

A agência de classificação de risco Fitch alertou hoje que as eleições antecipadas aumentam o risco para o crédito da Grécia.

Caso uma coalizão de governo não possa ser formada, a nota de crédito B, com perspectiva estável, poderá ser revista.

A Grécia irá realizar eleições gerais em 25 de janeiro, depois de o Parlamento do país não eleger o candidato do governo à Presidência na segunda-feira.

O partido de oposição Syriza continua a liderar as pesquisas de intenção de voto e os investidores temem uma vitória da legenda de esquerda, contrária à política de austeridade.

Para um estrategista do BNY Mellon, a principal pergunta é "se a vitória (do Syriza) vai alimentar partidos similares dentro da zona do euro".

O Athex, principal índice da Bolsa de Atenas, recuou 0,45% no dia, para 816,15 pontos, com destaque para o setor bancário. As ações do Piraeus Bank recuaram 5,97% e as do Eurobank Ergasias caíram 3,66%.

Na Espanha, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) registrou queda de 1,1% em dezembro no comparativo anual.

O resultado mostra uma aceleração na queda do CPI, que teve uma baixa de 0,4% em novembro.

O indicador negativo aumenta a pressão para que o Banco Central Europeu (BCE) adote mais estímulos monetários para a zona do euro no início de 2015, a fim de controlar o risco de deflação na região.

Outro agravante para o enfraquecimento dos preços na zona do euro é a queda nas cotações do petróleo, que renovaram as mínimas dos últimos cinco anos hoje e pressionaram as bolsas europeias.

O declínio se deve às preocupações com o excesso de oferta da commodity.

Analistas do Intesa Sanpaolo acreditam que a inflação deve cair temporariamente para níveis negativos na zona euro e, como resultado, nos Estados Unidos.

"As exportações para os países exportadores de petróleo vai cair drasticamente e alguns deles podem estar sujeitos a instabilidade financeira", comentaram.

O setor de energia levou o índice FTSE-100 da Bolsa de Londres a fechar em queda de 1,30%, aos 6.547,00 pontos.

As ações do BG Group recuaram 2,37%, as da Royal Dutch Shell caíram 1,99% e as da Tullow Oil perderam 1,63%.

Na quarta-feira, a sessão em Londres será encerrada às 10h30 (de Brasília) devido ao feriado de ano-novo.

Em Paris, o índice CAC-40 recuou 1,68%, para 4.245,54 pontos, e em Madri o Ibex-35 caiu 1,11%, a 10.279,20 pontos.

Em Lisboa, o PSI-20 fechou aos 4.802,67 pontos, com queda de 1,68%. As três bolsas vão funcionar amanhã até as 11h (de Brasília).

A bolsa de Frankfurt encerrou o pregão mais cedo, devido ao feriado de ano-novo. Não haverá sessão amanhã.

O índice DAX fechou aos 9.805,55 pontos, com queda de 1,22% no dia e alta de 2,65% no ano.

Milão também terminou o último pregão do ano com queda. O índice FTSE Mib recuou 0,62% no dia, para 19.011,96 pontos. No ano, o ganho foi de 0,23%.

Com informações da Dow Jones Newswires.

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