Bolsa de Londres: ela foi pressionada por ações de varejistas de alimentos britânicos (Jason Alden/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2014 às 15h33.
São Paulo - Os mercados de ações da Europa fecharam em baixa nesta terça-feira, 3, com realização de lucros após avanços recentes, enquanto os investidores aguardam a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira.
Mesmo com a disseminada aposta de ação adicional do BCE, os principais índices da região devolveram ganhos e a tendência de queda predominou.
O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou em baixa de 0,46%, aos 343,48 pontos.
A sessão foi marcada pelo fortalecimento da aposta de que o BCE deverá agir na próxima quinta-feira, quando ocorre a reunião de política monetária.
A expectativa aumentou após a divulgação da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, que desacelerou novamente e marcou 0,5% em maio na comparação com igual mês do ano passado.
A alta dos preços ficou aquém do avanço de abril, quando havia atingido 0,7%, e também abaixo da previsão do mercado, de alta de 0,7%.
Com isso, a economia europeia convive agora com a menor taxa de inflação em quatro anos.
Outro dado conhecido pela manhã, por outro lado, mostrou que o emprego deu um ligeiro sinal de melhora em abril.
De acordo com dados da agência de estatísticas da União Europeia, a taxa de desemprego da zona do euro recuou de 11,8% em março para 11,7% em abril. Analistas consultados pela Dow Jones Newswires esperavam estabilidade, em 11,8%.
Mesmo com a ligeira melhora, o dado segue bastante elevado e taxas superiores a 20% permanecem em países como Grécia e Espanha.
A Bolsa de Londres foi pressionada por ações de varejistas de alimentos britânicos, após dados da Kantar Worldpanel mostrarem que a Tesco, a J Sainsbury e a Wm. Morrison Supermarkets perderam participação de mercado nas 12 semanas até 25 de maio.
O HSBC disse que os números são surpreendentes e acrescentou que os investidores devem ficar atentos a uma "armadilha de valorização que só piorará".
Os papéis da Sainsbury cederam 1,56%, os da Tesco caíram 1,01% e os da Morrison recuaram 2,11%. O índice FTSE-100 cedeu 0,41%, aos 6.836,30 pontos.
Em Frankfurt, o destaque negativo foi o setor bancário.
As ações do Commerzbank recuaram 3,32% e as do Deutsche Bank caíram 0,44%, em meio a temores de que a adoção de taxas de depósito negativas podem limitar as margens de ganhos do setor.
O índice Dax caiu 0,31%, para 9.919,74 pontos.
O índice PCAC 40, de Paris, encerrou em queda de 0,27%, aos 4.503,69 pontos. Segundo operadores, alguns investidores mostraram um pouco de nervosismo antes da decisão do BCE.
Há temores de que o presidente do banco, Mario Draghi, mostrará que o trabalho já está feito em conter a valorização do euro, por isso a moeda ganhou terreno hoje, pressionando as ações de empresas com vendas em divisas estrangeiras.
Os papéis da Airbus recuaram 1,14%.
"É sempre a mesma história: pouco antes da reunião do BCE, o mercado fica um pouco nervoso e, em seguida, quando Draghi pega o microfone, eles tendem a se recuperar", disse um operador.
Entre as notícia positivas do dia, embora com pouco impacto no mercado, um novo dado chinês foi recebido positivamente ao diminuir as preocupações de desaceleração acentuada da atividade.
O índice dos gerentes de compras (PMI) industrial da China medido pelo HSBC mostrou alta de 48,1 em abril para 49,4 em maio.
A leitura final ficou abaixo do dado preliminar de 49,7 e segue abaixo do limite de 50, mas a ligeira alta do dado do HSBC e a outra pesquisa PMI conhecida no fim de semana reforçam a análise de que a economia chinesa parece se estabilizar.
Entre outras praças, o índice PSI20, de Lisboa, perdeu 0,48% e terminou aos 7.126,15 pontos. O índice IBEX35, de Madri, marcou baixa de 0,47%, aos 10.776,70 pontos, e o índice FTSEMIB, de Milão, caiu 0,64%, para 21.656,65 pontos. Com informações da Dow Jones.