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Bolsas europeias caem com dados da Espanha e França

Os mercados abriram em alta, mas diminuíram os ganhos com os sinais de enfraquecimento na recuperação do setor de indústria da Espanha e da França


	Bolsa de Valores de Milão: maior queda da sessão foi registrada na Bolsa, que caiu 1,52%, e fechou na mínima de 18.732,56 pontos, pressionados pelas ações da Saipem SpA
 (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

Bolsa de Valores de Milão: maior queda da sessão foi registrada na Bolsa, que caiu 1,52%, e fechou na mínima de 18.732,56 pontos, pressionados pelas ações da Saipem SpA (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 15h38.

São Paulo - As bolsas da Europa fecharam no território negativo nesta segunda-feira, 2, após a divulgação de uma série de números conflitantes sobre a atividade industrial na região.

Os mercados abriram em alta, mas diminuíram os ganhos com os sinais de enfraquecimento na recuperação do setor de indústria da Espanha e da França.

Os dados positivos da Alemanha e da zona do euro, entretanto, limitaram a queda dos mercados. Nos Estados Unidos, o índice de atividade industrial medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM, em inglês) veio acima do esperado. O índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 0,3%, aos 324,10 pontos.

No começo da sessão, os mercados repercutiram a expansão acima da esperada da atividade industrial da China e abriram com leves ganhos. O índice de gerentes de compras (PMI, em inglês) do setor industrial chinês subiu 51,4 em novembro, ante a previsão do mercado de 51, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas. O limite de 50 separa a expansão da contração da atividade no setor.

Os avanços, contudo, foram revertidos quando os dados do setor manufatureiro da Espanha mostraram uma contração em novembro. O PMI do país caiu para 48,6 em novembro, de 50,9 em outubro, segundo a Markit.

Foi a pior marca desde maio. "O resultado de hoje coloca algumas dúvidas e indica que a força da recuperação espanhola permanece extremamente frágil", disse Annalisa Piazza, da Newedge Strategy.

Na França, também houve contração, com o índice recuando para 48,4 em novembro - a leitura mais baixa dos últimos cinco meses. Mesmo com a queda, o resultado superou a previsão dos analistas, que apostavam em 47,8.

A queda nos pregões europeus só não foram maiores pelos bons números dos PMIs da zona do euro e também da Alemanha. Os dois índices registraram os níveis mais altos desde junho de 2011.


O PMI da zona do euro avançou para 51,5 e o alemão teve elevação para 52,7. Os dados com posições divergentes reforçam a incerteza sobre a recuperação econômica e também sobre o destino da política monetária da região.

Ainda nesta semana, o mercado terá mais sinais, pois na quinta-feira, 5, o Banco Central Europeu (BCE) divulgará as revisões das projeções econômicas e reavaliará a política monetária. Também na quinta-feira, o Banco da Inglaterra (BOE) divulga a decisão da política monetária.

Nos EUA, a pressão veio do índice de atividade do setor de manufatura medido pelo ISM, que subiu para 57,3 em novembro, de 56,4 em outubro.

Até a divulgação dos dados, a Bolsa de Frankfurt operava em terreno positivo e virou depois dos números acima do esperado. As demais bolsas intensificaram as perdas com a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano) tenha mais elementos para rever a política de estímulos à economia.

Durante a semana, o relatório de emprego americano, o Livro Bege de condições econômicas e a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre servirão como pistas sobre o futuro da compra de bônus.

Com a proximidade das festas de fim de ano, os analistas esperam que a partir desta semana os mercados operem com volumes reduzidos e mais volatilidade.

"Esse é um daqueles dias onde já notamos o começo de um período de pré-Natal. Ninguém quer fazer grandes movimentações antes do fim do ano", disse o estrategista do Commerzbank, Peter Dixon. "Eu acho que entre essa e nas próximas três semanas vamos ver um mercado mais volátil", complementou.


A maior queda da sessão foi registrada na Bolsa de Milão, que caiu 1,52%, e fechou na mínima de 18.732,56 pontos pressionados pelas ações da Saipem SpA, que recuaram 3%. A companhia do setor de petróleo e gás teve a perspectiva de rating (nota) rebaixada pelo JP Morgan de estável para negativo.

Em Madri, o índice Ibex35 repercutiu os dados ruins do PMI do país e terminou com queda de 0,94%, aos 9.745,5 pontos. As ações da Acerinox caíram 4,4% após a rival finlandesa Outokumpu revelar um aumento de capital. Os papéis da Acciona caíram 3,6% e os da REC 3,5%. Entre os ganhadores da sessão, o canal Mediaset foi destaque e as ações subiram 1,3%.

Na França, o PMI fraco também pressionou a bolsa de Paris, que encerrou com queda de 0,22%, aos 4.285,81 pontos. As ações da L'oréal, entretanto, subiram 1,7% depois de o conselho aprovar um programa de recompra de ações de € 500 milhões em 2014.

Os papéis da ArcelorMittal também ganharam 1,3%, ainda reproduzindo a compra de uma siderurgia da ThyssenKrupp nos EUA. As ações da GDF Suez subiram 0,6%, com as notícias de que a empresa conseguiu fechar um novo contrato no Peru.

O índice DAX, da bolsa de Frankfurt, operou no terreno positivo ao longo da manhã, mas após a divulgação do ISM fechou em leve queda de 0,04%, aos 9.401,96 pontos. A K+S registrou o maior ganho da sessão, com as ações subindo 2,5%. Os papéis do Deutsche Post ganharam 1,1%, com notícias de que a companhia recebeu a aprovação para aumentar os preços das postagens a partir de 2014.

Já a ThyssenKrupp teve a maior queda, e as ações caíram 8,5% após vender a siderurgia do Alabama para a ArcelorMittal com um preço abaixo do esperado. Em Londres, o índice FTSE encerrou com baixa de 0,83%, aos 6.595,33 pontos, mesmo com o PMI do Reino Unido superando as expectativas. Na contramão, a Bolsa de Lisboa fechou em terreno positivo, com alta de 0,02%, aos 6.539,31 pontos.

Com informações da Dow Jones Newswires.

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