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Bolsas europeias ampliam perdas com incertezas sobre Brexit

Principais bolsas europeias operavam em queda, devido a incertezas sobre as consequências do Brexit


	Brexit: bolsas europeias ainda repercutem incertezas quanto à saída do Reino Unido da UE; índice de Londres recua mais de 2%
 (Reinhard Krause/Reuters)

Brexit: bolsas europeias ainda repercutem incertezas quanto à saída do Reino Unido da UE; índice de Londres recua mais de 2% (Reinhard Krause/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2016 às 09h21.

São Paulo - As bolsas europeias ampliam as perdas nesta segunda-feira em meio a incertezas sobre as consequências depois que o Reino Unido optou por sair da União Europeia, o que levou a libra a atingir o menor nível em 31 anos.

Da mesma maneira, o juro dos bônus soberanos britânicos de 10 anos caiu para menos de 1% pela primeira vez na história nos negócios.

Às 8h55 (de Brasília), a Bolsa de Londres recuava 2,09%, Paris perdia 2,12% e Frankfurt caía 2,23%. Já a Bolsa de Madri tinha queda de 1,59%, Milão perdia 2,54% e Lisboa baixava 1,68%.

O clima de tensão ainda pesa sobre as bolsas. Prevendo uma forte onda vendedora no pregão de hoje, o ministro de Finanças do Reino Unido, George Osborne, procurou acalmar as famílias, empresas e mercados financeiros ao garantir que a economia britânica continua sólida, depois da vitória do Brexit na semana passada.

Osborne, que falou a repórteres antes da abertura da Bolsa de Londres, disse que a economia do Reino Unido está forte e que seus bancos e sistema financeiro são saudáveis. Ainda assim, a tentativa de tranquilizar os ânimos não foi suficiente.

O mercado segue cautelo para saber agora os desdobramentos da decisão do plebiscito.

No final de semana, os ministros de Relações Exteriores de seis nações fundadoras da União Europeia reivindicaram que o Reino Unido tome as providências para deixar o bloco europeu "o mais rápido possível".

Ministros da França, Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica e Luxemburgo que se reuniram em Berlim no sábado afirmaram que o governo britânico precisa implementar rapidamente o artigo 50 do tratado da União Europeia, que trata da saída de um membro do grupo, para que o bloco siga em frente normalmente.

As negociações podem demorar até dois anos após a notificação formal da intenção de saída por parte do Reino Unido.

Ontem, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertou para mais volatilidade e incertezas nos mercados se as autoridades britânicas não fornecerem rapidamente aos investidores certezas e direcionamento sobre o novo estado de seu relacionamento com a União Europeia.

O alerta de Lagarde tem se confirmado. Hoje pela manhã, a libra continuou a cair fortemente pressionada ainda pelo resultado inesperado de um Brexit, levando a moeda a atingir o menor nível em 31 anos em relação ao dólar. No horário acima, a libra caía a US$ 1,3199.

Enquanto isso, o juro dos bônus soberanos britânicos de 10 anos caiu para menos de 1% pela primeira vez na história nos negócios de hoje, refletindo a alta nos preços dos Gilts, como são chamados os papéis.

A queda no rendimento do Gilt vem em meio a apostas de que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) ampliará os estímulos monetários após o plebiscito.

Em meio aos temores, mais uma vez as ações de bancos seguem penalizadas, uma vez que o setor bancário é um dos mais interligados da Europa.

Entre as maiores quedas, destaque para os papéis do Barclays, em Londres, com baixa de 4,55% e o italiano Unicredit, em Milão, com retração de 7,71%.

No resto da Europa, vale destacar que a Bolsa de Madri abriu em alta de 1,5% refletindo o resultado das eleições parlamentares na Espanha, uma vez que a nação deu um passo para acabar com a incerteza política que há meses tem atormentado a segurança dos investidores.

No domingo, a eleição na Espanha - a segunda em seis meses - não rendeu nenhuma maioria clara para qualquer partido, mas sinalizou um aumento na popularidade do conservador Partido Popular (PP), que teve 33% dos voto.

Segundo o analista do UBS Bosco Ojeda, embora a incerteza persiste, duas configurações do governo estão se tornando cada vez mais provável.

Ou o PP vai se unir com o partido centrista Cuidadanos e governar em minoria, ou formar uma grande coalizão com o Partido Socialista vice-campeão.

A Bolsa, no entanto, foi pressionada pelo mau humor generalizado e não conseguiu se manter no terreno positivo.

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