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Bolsas americanas caem forte com tarifas dos EUA; S&P 500 apaga ganhos pós-eleição

S&P 500 recua 0,8%, e Nasdaq se aproxima de território de correção; retaliação de países pressiona mercados

Trump: tarifas entraram em vigor nesta terça-feira  (Divulgação / Getty Images)

Trump: tarifas entraram em vigor nesta terça-feira (Divulgação / Getty Images)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 4 de março de 2025 às 11h58.

Última atualização em 4 de março de 2025 às 12h40.

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As bolsas de valores dos Estados Unidos registraram queda nesta terça-feira, 4, após uma forte liquidação em Wall Street. A nova rodada de tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre Canadá, México e China entrou em vigor, provocando retaliação desses países.

O índice Dow Jones caiu 647 pontos, ou 1,5%. O S&P 500 recuou 1,5%, enquanto o Nasdaq Composite perdeu 1,4%, aproximando-se do território de correção, definido como uma queda de 10% em relação a uma máxima recente.

A queda ocorre após um forte recuo na segunda-feira, quando o S&P 500 teve sua maior baixa diária desde dezembro, com queda de 1,8%. O Dow Jones caiu quase 650 pontos, ou 1,5%, enquanto o Nasdaq desvalorizou 2,6%, se aproximando do território de correção.

Segundo a Bloomberg, o S&P 500 apagou o rali pós-eleição de US$ 3,4 trilhões. Duas semanas após atingir uma máxima histórica em 19 de fevereiro, o S&P 500 devolveu todos os ganhos acumulados desde a eleição. O índice agora está no mesmo nível de quando os americanos foram às urnas, há quatro meses.

Retaliação global pressiona mercados

As tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México, além de uma nova taxa de 10% sobre produtos chineses, entraram em vigor à meia-noite, impulsionando temores de uma guerra comercial prolongada. Em resposta, a China aplicou tarifas adicionais de até 15% sobre alguns produtos dos EUA.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, confirmou uma taxa de 25% sobre produtos americanos, enquanto a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, anunciou que o México também responderá com tarifas e outras medidas ainda não divulgadas.

Setores afetados e impacto nas ações

O setor automotivo sentiu o impacto das medidas: as ações da GM e da Ford caíram 3% e 2%, respectivamente, ampliando as perdas registradas no ano devido a preocupações de que as tarifas aumentariam os custos. A Chipotle, que obtém cerca de metade de seus abacates do México, recuou mais de 2%.

O setor de tecnologia também sofreu. As ações da Nvidia caíram mais de 2% no pré-mercado, acumulando uma desvalorização de 12% na última semana e cerca de 15% no ano. A gigante dos chips enfrenta incertezas sobre seu crescimento após dois anos de forte valorização impulsionada pela inteligência artificial.

A liquidação de segunda-feira levou o S&P 500 ao campo negativo em 2025, refletindo a frustração dos investidores que esperavam um acordo de última hora para evitar as tarifas. O mercado ampliou as perdas após Trump confirmar a imposição dos impostos.

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