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Bolsas de Portugal e Cabo Verde estabelecem protocolo de cooperação

Fundado em 2005 com ajuda técnica da bolsa portuguesa, o mercado de capitais do arquipélago lusófono situado ao largo da África Ocidental pretende atrair novos investidore

Painél de ações: empresas de Cabo Verde poderiam captar recursos junto dos investidores portugueses e europeus (Getty Images)

Painél de ações: empresas de Cabo Verde poderiam captar recursos junto dos investidores portugueses e europeus (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2012 às 16h56.

Lisboa  - Cabo Verde tem todas as condições de estabilidade e previsibilidade regulatórias para atrair investidores estrangeiros para o seu mercado de capitais, querendo uma ligação mais estreita com a NYSE Euronext Lisbon, afirmou o 'chairman' da bolsa cabo-verdiana (BVC).

Manuel Joaquim Lima adiantou que "Cabo Verde tem vindo a criar as condições necessárias para o desenvolvimento económico e financeiro", frisando: "podemos destacar a confiança e a segurança na nossa moeda, devido ao acordo de câmbio fixo (do Escudo Cabo Verdiano) com o Euro".

"Em Cabo Verde, a lei protege os investidores. Cabo Verde tem todas as condições para ter um mercado competitivo", disse, à margem da assinatura de um protocolo com a bolsa portuguesa, que está integrada no grupo NYSE Euronext.

Fundado em 2005 com ajuda técnica da bolsa portuguesa, o mercado de capitais do arquipélago lusófono situado ao largo da África Ocidental pretende atrair novos investidores, acenando como atractivos a estabilidade política, a previsibilidade regulatória e a relação de grande proximidade que mantém com Portugal e com a União Europeia.


O protocolo assinado entre as duas gestoras de mercados de capitais prevê uma maior colaboração em áreas como a formação de quadros e abre caminho a que, a prazo, as empresas cabo-verdianas possam financiar-se na bolsa portuguesa e vice-versa, frisou.

"A prazo, é possível que uma instituição de Cabo Verde emita obrigações aqui (Euronext) ou mesmo na Alternext e para isso, logicamente, será necessária supervisão forte e harmonização com a União Europeia. É algo que já vem sendo pensado e este protocolo cria essa possibilidade", disse o 'chairman' à Reuters.

Desta forma, as empresas de Cabo Verde poderiam captar recursos junto dos investidores portugueses e europeus, bem como da diáspora cabo-verdiana em Portugal, na Europa e nos Estados Unidos, frisou.

"Temos uma comunidade forte nos vários países europeus, em Portugal, em França e outros países. É um recurso enorme para Cabo Verde e que actualmente está a ser canalizado para investimentos clássicos, como depósitos a prazo", afirmou.

Acrescentou: "esse recurso poderá ser recolhido aqui (na bolsa portuguesa) e canalizado para investimento produtivo que é importante para o crescimento da nossa economia".

Por sua vez, o CEO da NYSE Euronext Lisbon, Luís Laginha de Sousa, destacou que o protocolo hoje assinado insere-se numa "longa tradição de colaboração" entre as duas bolsas.

"O nosso objectivo é prioritizar a partilha de conhecimentos e de experiência e, possivelmente numa fase posterior, estender esta colaboração para outras áreas", afirmou aos jornalistas, lembrando que Cabo Verde é um país que possui uma influência em África "superior à sua dimensão", devido à sua estabilidade política e grau de desenvolvimento.


Segundo a Bolsa de Cabo Verde, o governo do país traçou como objectivo criar condições para que o país disponha de "um sector financeiro moderno, dinâmico e eficiente, na medida em que o desenvolvimento de serviços financeiros eficazes e eficientes deve constituir, a prazo, um dos alicerces da economia nacional".

Adiantou: "as razões para investir em Cabo Verde são manifestas. Por um lado trata-se de uma economia emergente com um potencial de crescimento forte, por outro lado a boa governação reconhecida e galardoada por Millenium Challenge Corporation, primado pela lei, transparência e accountability, Paridade Fixa em relação ao euro, regime fiscal, membro da Organização Mundial do Comercio, Parceria Especial com União Europeia".

Estes factores são "redutores da incerteza e da exposição dos investidores face ao risco país", concluiu.

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