Mercados

Bolsas de NY fecham em forte queda

O índice Dow Jones caiu 225,47 pontos (1,47%) e encerrou aos 15.112,19 pontos, o menor nível desde 3 de julho


	Painel da Nasdaq na Times Square: o Nasdaq declinou 63,15 pontos (1,72%) e fechou aos 3.606,12 pontos
 (GettyImages)

Painel da Nasdaq na Times Square: o Nasdaq declinou 63,15 pontos (1,72%) e fechou aos 3.606,12 pontos (GettyImages)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2013 às 17h47.

Nova York - As bolsas de Nova York fecharam em forte queda nesta quinta-feira, 15, com o Dow Jones e o S&P 500 registrando as maiores perdas desde 20 de junho. Uma série de dados melhores que o esperado elevaram o temor dos investidores de uma retirada de estímulos do Federal Reserve em setembro.

O índice Dow Jones caiu 225,47 pontos (1,47%) e encerrou aos 15.112,19 pontos, o menor nível desde 3 de julho. O S&P 500 recuou 24,07 pontos (1,43%) para 1.661,32 pontos, enquanto o Nasdaq declinou 63,15 pontos (1,72%) e fechou aos 3.606,12 pontos.

Da enxurrada de dados norte-americanos, destacaram-se os pedidos de auxílio-desemprego, que recuaram 15 mil na semana passada, para 320 mil, o menor nível desde outubro de 2007, e o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que subiu pelo terceiro mês consecutivo em julho, com alta de 0,2% ante o mês anterior, em linha com a expectativa. Na comparação anual, o CPI teve alta de 2% em julho, igualando-se à meta oficial do Fed.

Com o mercado de trabalho e a inflação se aproximando mais das condições ideais, cresceram as apostas de que o BC dos EUA fará a primeira redução na política de compras mensais de ativos já em setembro.

O presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, disse, no entanto, que o Fed precisa acompanhar mais dados do segundo semestre antes de tomar uma decisão firme sobre alterações em sua política.

Bullard, que é membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), também comentou que o impacto do relaxamento quantitativo do Fed na estabilidade do sistema financeiro continua sendo uma preocupação para o BC norte-americano, mas ressaltou que não vê bolhas de ativos que representem risco à economia dos EUA.

Também foi positivo o índice de confiança das construtoras dos EUA, que subiu três pontos para 59 em agosto, o maior nível desde novembro de 2005.


Por outro lado, outros indicadores contrariaram a tese que a recuperação dos EUA está forte. A produção industrial, por exemplo, ficou estável em julho ante o mês anterior, contrariando uma previsão de alta de 0,2%.

Já o índice Empire State de atividade manufatureira da região de Nova York caiu para 8,24 em agosto, de 9,46 em julho, situando-se bem aquém da projeção de que avançaria para 10. Além disso, o índice de atividade industrial regional do Meio-Atlântico, medido pelo Fed da Filadélfia, recuou para 9,3 em agosto, de 19,8 um mês antes, ante uma expectativa de declínio para 15.

"O emprego é o foco. Estamos tendo outra forte reação aos temores de uma redução de estímulos", disse Karyn Cavanaugh, estrategista do ING Investment Management.

"No longo prazo, a redução de estímulos é algo bom, é um sinal de uma melhora na perspectiva econômica", afirmou Peter Jankovskis, da OakBrook Investments. "Mas, no momento, os investidores estão acostumados a terem o apoio do Fed aos preços dos bônus, então no curto prazo os investidores estão focados no lado negativo."

No noticiário corporativo, pesaram as perspectivas pessimistas da Cisco Systems e do Walmart. As ações da Cisco Systems recuaram 7,15% após a empresa dizer que vai cortar 4 mil empregos - ou 5% de sua força de trabalho - e projetar lucros menores para o atual trimestre.

Já os papeis do Walmart perderam 2,59% após a varejista cortar suas perspectivas de lucro e vendas para o restante do ano, citando o ambiente desafiador para o varejo nos EUA e no exterior.

Na Europa, as bolsas também fecharam em queda, após uma sequência de cinco sessões em alta, pressionadas pelas preocupações com o início da redução dos estímulos do Fed. O volume de negócios foi pequeno em razão de um feriado público em alguns países da Europa, que inclusive manteve a Bolsa de Milão fechada, o que exacerbou os movimentos dos mercados. A Bolsa de Londres liderou as perdas com queda de 1,58%, enquanto Frankfurt caiu 0,73% e Paris recuou 0,51%. Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:Dow JonesMercado financeiroMetrópoles globaisNasdaqNova York

Mais de Mercados

Muita emoção na Bolsa? As ações de “convicção” do UBS para navegar na volatilidade

Ações de Netflix e Disney caem após China anunciar redução na importação de filmes dos EUA

Insider trading? Senadores pedem investigação de Trump após pausa em tarifas

Apesar de trégua, tarifas de Trump terão 'impacto sério' na economia global, diz UBS