Mercados

Bolsas de NY fecham em baixa após tensões comerciais entre EUA e China

Os EUA anunciaram imposição de tarifas de 25% sobre US$ 50 bi em produtos da China, e, pouco depois, Pequim anunciou retaliação de igual porte

Wall Street: índice Dow Jones fechou em baixa de 0,34%, aos 25.090,48 pontos (Shannon Stapleton/Reuters)

Wall Street: índice Dow Jones fechou em baixa de 0,34%, aos 25.090,48 pontos (Shannon Stapleton/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de junho de 2018 às 18h08.

São Paulo - Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta sexta-feira, 15, em baixa, à medida que os negócios foram afetados pelas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

Os Estados Unidos anunciaram a imposição de tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões em produtos da China, e, pouco depois, Pequim anunciou retaliação de igual porte.

O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,34%, aos 25.090,48 pontos, com queda semanal de 1,42%, enquanto o S&P 500 recuou 0,11%, aos 2.779,42 pontos, cedendo 0,30% na semana.

Já o índice Nasdaq destoou dos demais ao apresentar alta de 1,16% na semana, embora tenha recuado 0,19% nesta sexta-feira, aos 7.746,38 pontos.

Logo durante a manhã, os EUA anunciaram a imposição de tarifas sobre US$ 50 bilhões em produtos importados da China alegando roubo de propriedade intelectual.

De acordo com o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês), o total de 1.102 produtos chineses foram alvo de barreiras, em áreas como a aeroespacial, indústria de informação, tecnologia de comunicações, maquinário industrial e novos materiais e automóveis. O USTR comentou, no entanto, que produtos "comumente comprados por consumidores americanos, como celulares ou televisores" não seriam tarifados.

Durante a tarde, a China anunciou medidas de mesmo calibre contra os EUA e disse que a decisão de Washington viola "as regras relevantes da Organização Mundial do Comércio (OMC) e são contrárias ao consenso alcançado nas negociações sino-americanas". Além disso, Pequim afirmou que os direitos e interesses legítimos do povo chinês foram ameaçados com as tarifas impostas pelos EUA.

O economista-chefe para EUA do Barclays, Michael Gapen, disse esperar que outras medidas protecionistas sejam implementadas pelo governo de Donald Trump. "Achamos que o presidente estaria inclinado a seguir com seu desejo repetido de restringir ou reorientar o comércio e a cumprir suas promessas à base eleitoral", afirmou. Gapen, no entanto, comentou que os efeitos econômicos serão limitados. "Nesse sentido, a resposta dos mercados financeiros é fundamental."

Para a agência de classificação de risco Moody's, o embate tarifário entre as duas maiores economia do mundo deve aumentar a volatilidade nos mercados financeiros. "Se isso também enfraquecer o sentimento do consumidor e moderar o investimento corporativo nos EUA e em outros lugares, haveria um amortecimento do atual momento de crescimento global robusto", prevê a agência. Nesse sentido, não surpreendeu uma queda dos principais indicadores de ações nos EUA.

Ao longo da tarde, no entanto, devido ao Quadruple Witching - vencimento simultâneo de futuros e opções de índices e de ações - o mercado americano testou uma suavização de perdas, principalmente no setor bancário. O papel do Citigroup fechou em alta de 0,27% e o do Wells Fargo ganhou 0,44%.

Acompanhe tudo sobre:Dow JonesEstados Unidos (EUA)NasdaqNova Yorkwall-street

Mais de Mercados

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol

JBS anuncia plano de investimento de US$ 2,5 bilhões na Nigéria