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Bolsas de NY devem abrir perto da estabilidade

Em um dia marcado por baixo volume de negócios, a expectativa é para os números do comércio de imóveis novos


	Operadores da Bolsa NYSE, em Nova York:  às 10h15 (de Brasília),  o S&P 500 tinha alta de 0,18%
 (Scott Eells/Bloomberg)

Operadores da Bolsa NYSE, em Nova York:  às 10h15 (de Brasília),  o S&P 500 tinha alta de 0,18% (Scott Eells/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 11h03.

Nova York - Os índices futuros apontam para uma abertura perto da estabilidade para as bolsas norte-americanas nesta sexta-feira, em mais um dia marcado por baixo volume de negócios. Depois da surpresa com o crescimento das vendas de moradias usadas na quarta-feira, a expectativa é para os números do comércio de imóveis novos. Às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro subia 0,03%, o Nasdaq ganhava 0,62%% e o S&P 500 tinha alta de 0,18%.

A Nasdaq afirmou há pouco em comunicado que todos os sistemas "operavam normalmente" antes da abertura nesta sexta-feira. Ontem, os negócios da bolsa foram interrompidos por mais de duas horas devido a problemas técnicos, o que afetou os principais índices do mercado.

O relatório sobre os imóveis será divulgado logo após a abertura do mercado, às 11h (de Brasília). O Bank of America Merrill Lynch projeta queda de 4% nas vendas em julho ante junho, para o nível anualizado de 475 mil residências. O banco aponta alguns motivos. O principal é o aumento dos juros dos títulos do Tesouro, que elevou os custos para se fazer uma hipoteca. Além disso, as vendas vêm de três meses seguidos de alta e uma perda de fôlego é esperada em meio à maior incerteza no mercado, diz em um relatório o economista-chefe do banco, Ethan Harris.

Mas os economistas não descartam uma surpresa no indicador, como ocorreu anteontem com as vendas de moradias usadas. Wall Street esperava alta em julho de 1,4% e a estatística oficial divulgada mostrou crescimento de 6,5%. O economista do TD Bank, Thomas Feltmate, avalia que o impacto negativo do aumento do custo das hipotecas tem sido menor do que se esperava, mas ele acha que esse número não vai se sustentar por muito tempo e espera uma desaceleração nos próximos meses, pois em algum momento o custo maior vai pesar na decisão de comprar um imóvel e os norte-americanos podem começar a adiar esta decisão na espera de custos menores no futuro.

No segundo dia do encontro de Jackson Hole, que reúne oito dos 12 dirigentes regionais do Fed, alguns deles falaram à imprensa nesta manhã. O responsável pelo Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, disse ao canal de televisão CNBC, que montou um estúdio no resort onde é feito o encontro, que se os indicadores continuarem vindo bons até setembro, a redução de estímulos é possível no mês que vem. Ele vê a taxa de desemprego caindo para 7,2% no final do ano e a economia dos EUA crescendo 2,5% nesta segunda metade de 2013.

Já o dirigente do Fed de Saint Louis, James Bullard, voltou a afirmar que não é preciso pressa para a redução dos estímulos e o movimento exige cautela. Também em uma rápida entrevista à rede CNBC, ele ressaltou que a inflação é baixa e os indicadores têm vindo mistos, com o mercado de trabalho bom, mas o Produto Interno Bruto (PIB) ainda está fraco. Ao contrário de Lockhart, Bullard tem poder de voto este ano nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Ontem, uma série de indicadores positivos sobre a economia alimentou as previsões dos investidores de que as compras de ativos pelo Fed devem ter redução em setembro. O setor industrial está se expandindo em agosto, o preço dos imóveis segue em alta e, apesar do aumento das solicitações de auxílio-desemprego, a média das últimas quatro semanas mostra que estes pedidos estão no menor nível desde o final de 2007. Os dados levaram os juros dos títulos públicos de dez anos a baterem em 2,936%, o nível mais alto em dois anos e o Deutsche Bank já vê a taxa indo a 3,1% em dezembro.

"O Fed já sinalizou várias vezes que depende dos indicadores para tomar decisões e estes indicadores estão mostrando a recuperação da economia", afirma o economista do Deutsche, Carl Riccadonna em um relatório a clientes. As previsões do banco alemão mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA pode crescer na casa dos 3% a 3,5% no terceiro trimestre, depois de se expandir 1,7% no segundo período do ano, de acordo com a leitura preliminar divulgada pelo Departamento de Comércio.

No noticiário corporativo, as atenções estão voltadas para as ações do setor financeiro. Ontem depois do fechamento do mercado, a Moody's Investors Service anunciou que colocou em revisão os ratings de crédito dos seis maiores bancos norte-americanos. As notas de Goldman Sachs, JPMorgan Chase, Morgan Stanley e Wells Fargo podem ser rebaixadas, segundo o comunicado. Já os ratings do Bank of America e do Citigroup foram colocados em revisão "com direção incerta". No pré-mercado, as ações do JPMorgan e Bank of America operavam estáveis e o papel do Citigroup subia 0,08%.

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