Mercados

Bolsas de Nova York abrem o dia em alta

Indicadores serão divulgados nesta semana. Guerra na Líbia e crise japonesa vão para segundo plano

Crescimento do consumo americano dá fólego às bolsas (Spencer Platt/Getty Images)

Crescimento do consumo americano dá fólego às bolsas (Spencer Platt/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de março de 2011 às 11h09.

Nova York - As Bolsas de Nova York abriram o dia em alta, puxadas por notícias ligadas às corporações. Nesta semana, a foco do investidor recai sobre a agenda de indicadores a serem divulgados, entre eles o relatório oficial do mercado de trabalho (payroll), que sai na sexta-feira. Os conflitos no Oriente Médio e no norte da África e a crise no Japão ficam em segundo plano. Às 10h46 (horário de Brasília), o índice Dow Jones avançava 0,26%, o Nasdaq subia 0,09% e o S&P-500 registrava alta de 0,24%.

Os números sobre gastos com consumo no país deram um fôlego de curta duração às bolsas nesta manhã. Os gastos dos consumidores norte-americanos - que respondem por 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do país - cresceram 0,7% em fevereiro, no ritmo mais forte dos últimos quatro meses. Parte da alta, no entanto, está ligada aos preços da gasolina, que estão mais altos. Já a renda pessoal aumentou 0,3% no país, pouco abaixo da estimativa de alta de 0,4%, enquanto a taxa de poupança recuou para 5,8%. Às 11 horas, saem ainda os dados de vendas pendentes de imóveis residenciais em fevereiro.

Outros indicadores que serão divulgados esta semana são índice o S&P/Case-Shiller de preços de moradias em janeiro e o índice de confiança do consumidor março, ambos na terça-feira. Na quarta-feira sai o relatório ADP sobre os postos de trabalho criados no setor privado em março. Na sexta-feira é o vez do payroll, que traz dados do mercado de trabalho tanto no setor privado quanto no público.

O mercado começa a questionar mais fortemente se o Federal Reserve (Fed, o banco central) deve mesmo levar o programa de alívio quantitativo (QE2, na sigla em inglês) de US$ 600 bilhões até o fim - ou seja, em junho deste ano - diante dos sinais de que a economia americana está em consistente recuperação e que a inflação pode ser um risco no horizonte. O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, alertou para os riscos inflacionários e disse que a economia parece bem e pode não precisar mais de tanto estímulo. Charles Plosser e Jeffrey Lacker, dos Fed da Filadélfia e de Richmond, respectivamente, já fizeram comentários na mesma linha.

Na líbia, opositores do ditador Muamar Kadafi querem retomar a produção de 1,6 milhão de barris de petróleo por dia, mas enfrentam o problema de falta de mão de obra, já que a maioria dos trabalhadores estrangeiros deixou o país após o início dos conflitos. Na noite de hoje, às 20h30 (horário de Brasília), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fará um discurso sobre a Líbia. Amanhã, haverá reunião da coalizão internacional, que defende a zona de exclusão aérea na Líbia.

No Japão, a Agência de Segurança Nuclear e Industrial disse que a água do reator 2 de Fukushima pode estar vazando para o lado de fora do prédio. A ameaça nuclear pressionava as ações de companhias japonesas em Nova York. Na Europa, após Portugal ter dominado as atenções na semana passada, agora é a vez da Irlanda atrair os holofotes. Na próxima quinta-feira será divulgado o resultado dos testes de estresse dos bancos irlandeses, que deve mostrar um rombo de cerca de 25 bilhões de euros (US$ 35 bilhões), segundo estimativas de especialistas.

Entre as notícias corporativas, as ações da Kodak eram favorecidas após a Comissão de Comércio Internacional dos EUA ter informado, na sexta-feira, que irá revisar uma decisão sobre patente contra a companhia, anunciada em janeiro. Já a AstraZeneca elevou sua projeção de lucro em 2011 para entre US$ 6,90 e US$ 7,20 por ação, ante a faixa anterior de US$ 6,45 a US$ 6,75 por ação.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresEstados Unidos (EUA)Metrópoles globaisNova YorkPaíses ricos

Mais de Mercados

B3: estrangeiros retiram na Super Quarta metade do valor sacado no mês

Iene em alta e dólar em queda: por que a desvalorização do dólar deve se acelerar, segundo a Gavekal

Do campo à Faria Lima, dívida da Agrogalaxy passa de R$ 4,5 bilhões

"Emergentes podem voltar a ser os queridinhos do mercado", diz Luiz Fernando Araujo, da Finacap